O aumento de 5,53% da tarifa de ônibus na Região Metropolitana do Recife pode ser legítimo, considerando que foi utilizado como parâmetro o IPCA-Índice de Preços ao Consumidor Amplo que reflete os custos das empresas. Em todo caso, o protesto dos estudantes é procedente, considerando o peso dos transportes públicos no orçamento familiar das famílias mais pobres que utilizam os serviços. Por outro lado, o aumento do preço do transporte público parece uma contradição com toda a discussão recente sobre mobilidade na Cidade que passa pela redução dos automóveis privados e ampliação do transporte público de qualidade. O governo federal reduz impostos do carro novo, estimulando o aumento da frota de automóveis, o preço da gasolina é contido pela Petrobrás e as tarifas do transporte público sobem. Resultado: travamento da mobilidade na cidade. A política de mobilidade deveria combinar altos impostos sobre o carro e a gasolina, subsídio para o diesel e estímulo aos investimentos na frota de ônibus com diferença de tarifa de acordo com a qualidade. Todo o contrário do que fazem os governos. Haja engarrafamento!

 Conselho Editorial