Bandeira do Brasil com cores esgarçadas. Autor desconhecido.

Bandeira do Brasil com cores esgarçadas. Autor desconhecido.

A economia brasileira convive atualmente com a combinação explosiva de um crescimento muito baixo e uma forte pressão inflacionária. Estagflação é o nome do monstro, o pior dos mundos. Não apenas porque ambos os movimentos são nefastos econômica e socialmente e juntos um desmantelo. Mas, principalmente, porque as medidas de política econômica que poderiam ser aplicadas para enfrentar qualquer um deles tendem a provocar efeitos contrários e negativos no outro. Para complicar, o poder de atuação do governo é muito limitado devido às atuais condições macroeconômicas: déficit fiscal, endividamento das famílias, cambio sobrevalorizado, e controle de tarifas de energia. Para promover a recuperação da economia, o governo já gastou todo seu arsenal fiscal e creditício: elevados gastos governamentais, incentivo ao consumo e ampliação do crédito. Mesmo assim, a economia patina e o efeito inverso foi o aumento da inflação. E quando tentou segurar a inflação escolheu o represamento artificial das tarifas de energia e combustível deixando para o futuro o pagamento desta conta. Este é um ano perdido para a economia brasileira e, em pleno processo eleitoral, o governo não vai tomar nenhuma medida que agrave a recessão ou, no outro lado, a inflação. Quem assumir a Presidência da República em janeiro de 2015 terá que adotar medidas duras para recuperar o equilíbrio macroeconômico, incluindo um forte ajuste fiscal e a recuperação das tarifas de energia, além de aumento da taxa de juros. Nitroglicerina pura. Remédio amargo, porém necessário para corrigir os erros e cabeçadas da política macroeconômica do governo de Dilma Rousseff e preparar a recuperação sustentada no médio prazo. Do contrário, vamos mergulhar numa crise econômica com tendência de retorno da espiral inflacionária.