Chico de Assis

Brumas do Mar – Ana Ribeiro.

A Fernando da Mota Lima, meu amigo e companheiro de divagações poéticas.

 

Inescrutáveis sussurros

fizeram nosso diálogo

endurecer na tormenta

e se perder no ermo

de uma solidão  desavinda

que nos mergulha no escuro

e nos torna astros

opacos em busca de luz.

 

Éramos dois sim

éramos um par de braços

em curvas sinuosas

pelo espaço

ouvindo os acordes

melódicos de uma música

cuja harmonia jamais

conseguiríamos alcançar.

 

O contrafluxo do vento

nos fez percorrer o caminho

de volta e as intempéries do tempo

marcaram a pele

do corpo estremecido

sob grutas carcomidas

pela erosão das pedras

e o furor do desconhecido.