Elimar Pinheiro do Nascimento

Deveria ser proibido falar de política durante a Copa Mundial do Futebol, sobretudo quando você não vai para casa prematuramente, como foi no caso da Alemanha, campeã de 2014. Muitos ficaram com medo de que o mesmo ocorresse conosco, afinal a seleção ainda não correspondeu  às nossas expectativas. Neymar ainda não está em plena forma, Gabriel Jesus sumiu e Willian não está em seus melhores dias. Mas vencemos. Os pessimistas, como eu, não contavam com o cara do momento: Felipe Coutinho. Nem que o Paulinho continuasse a surpreender. Claro que os tais do “politicamente correto” devem abominar esta ideia de Copa, para eles ela não passa de um lenitivo alienante (ainda existe esta palavra?). Deveria ser extinta. Ainda bem que são minoria.

Mas não tem jeito. Quem é viciado em política fala disso mesmo dormindo.

Temos, a pouco mais de três meses das eleições gerais no País, seis candidatos com alguma chance o ser o presidente da república. Quatro são conhecidos, e se apresentam nesta ordem: Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin. Não falo do Álvaro Dias e outros porque não têm a mínima chance. Se Alckmin tem quase nenhuma, imaginem Meirelles & Cia.

Sobre Bolsonaro diz-se que não resistirá aos debates – ora a imprensa diz que não irá, ora diz que ele desmentiu o boato – e que já alcançou o seu teto. A última pesquisa do IBOPE, financiada pela CNI, dá ao defensor de Chaves, no cenário sem Lula, 17%. O primeiro lugar, com forte presença em todas as regiões, exceto o Nordeste. Mas também campeão da rejeição (32%). Aliás, o único consenso (?) que existe sobre ele é que se chegar ao segundo turno não vencerá. O mesmo dizia-se de Trump. Isso anima todos os seus adversários. Há pesquisas na praça, contudo, que indicam que apenas Marina o vence.

A candidata da REDE ocupa o segundo lugar  ainda, com 13% na pesquisa supracitada. Porém tem muitos flancos abertos: exíguos recursos financeiros e de tempo de TV, além de poucos candidatos a govenador (a) com alguma chance de alcançar os dois dígitos. Ela pessoalmente não tem alianças entre os partidos envolvidos na Lava Jato, mas alguns de seus candidatos têm. Conserva, contudo, a áurea de estar acima da corrupção e das negociações políticas, que o povo não gosta nem entende.

Ciro, esse coronel do asfalto, tem chances, se for apoiado pelo Lula, mas arrisca perder-se em suas contradições, em seus discursos populistas e sua língua solta. Ciro é o maior inimigo do Ciro, dizem seus adversários.

Alckmin tem dificuldades crescentes de crescer. Por mais que amplie suas alianças, não parece ter condições de animar a plateia. Periga repetir o feito de um outro govenador de São Paulo, Orestes Quércia. Tinha o melhor programa eleitoral, superinteressante, mas sem emoção, sem charme. Ficou atrás do Enéas nas eleições presidenciais de 1994.

Restam dois. O primeiro é o candidato do PT. Será Lula? Será Haddad? Ou outro? Não se tem clareza ainda se Lula será candidato. O desmonte da Lava Jato, promovido pelos supremos defensores da corrupção, está avançando. E tudo é possível. No caso de não ser aceito, qual rumo tomará Lula? Lançará um candidato de seu partido ou apoiará Ciro? O mais provável é que tenhamos mais um candidato. E segundo o analista Carlos Alberto, com chances de vitória.

Finalmente, o sexto nome não se sabe quem é. Nem se surgirá. É apenas uma possibilidade, similar à do cisne negro, que surgindo, mudará todo o quadro. E, como tal, não deveria ser descartado.

Quando o time estiver definido, em inícios de agosto, teremos o início do jogo. E então todas as nossas análises e expectativas serão postas à prova. E daremos início a uma nova crise. Não sem antes festejar a vitória do Brasil!