Cicero Denounces Catiline, by Cesare Maccari (1889),(Senado Romano, 63 A.C).

Cicero Denounces Catiline, by Cesare Maccari (1889),(Senado Romano, 63 A.C).

Será que a dimensão assustadora dos atuais escândalos da Petrobrás, ao atingirem altos escalões do governo e das empresas, ameaçarão as nossas instituições democráticas? O polêmico pensador Nassim Nicholas Taleb criou o conceito de antifragilidade para expressar os sistemas que, não apenas se recuperam nos choques e crises, mas, mais do que Fênix, ressurgem das cinzas, ganham força e se desenvolvem quando atacados. Com outras palavras, é o que afirmava Friedrich Nietzsche: “o que não me destrói, me fortalece”. Assim parecem as instituições democráticas brasileiras. A postura inabalável do juiz Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF e relator do processo do chamado mensalão, amplia-se agora com as investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e do juiz federal Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato sobre o escândalo da Petrobrás. A prisão de dirigentes do Partido dos Trabalhadores em 2008 e agora a detenção de dezenas de ex-diretores da Petrobrás e de altos executivos das principais empresas construtoras do Brasil, parece demonstrar que as instituições jurídicas e policiais, estão em pleno e perfeito funcionamento. Esta força de juízes, promotores de justiça e polícia federal na Operação Lava Jato, se alcançar, como tudo indica, dezenas de parlamentares e se aproximar perigosamente da Presidência da República, levará a desdobramentos capazes de provocar uma grave crise das instituições políticas, ameaçando a democracia brasileira? Ou, ao contrário, abrirá caminho para novos arranjos institucionais que ampliem e fortaleçam a democracia?