Estudo divulgado esta semana pelo Instituto Trata Brasil mostra o nosso país numa incômoda posição no Índice de Desenvolvimento do Saneamento, que mede a cobertura de saneamento e a sua evolução recente: somos o 112º numa lista de 200 países estudados, com índice de apenas 0,581 (escala de zero a um). Para se ter uma ideia, nosso vizinho Argentina tem um índice de 0,667, muito acima do nosso, e países pobres como Honduras e Paraguai têm situação  melhor que a brasileira. Nas cem maiores cidades brasileiras, 6 milhões de residências ainda não têm acesso à água, 7 milhões não tem acesso a banheiro e cerca de 61,5%  não têm tratamento de esgoto. Isso é pobreza! Pobreza que se manifesta nas condições degradantes de vida de grande parte da população nas cidades brasileiras. Como o esgotamento sanitário é mais caro e demorado de enfrentar, os governos vão adiando esses investimentos e dando preferência às soluções enganosas e assistencialistas, como se a pobreza pudesse ser resolvida com distribuição de migalhas. Estas condições precárias de serviços públicos básicos comprometem a qualidade de vida e sacrificam a saúde da população pobre, especialmente crianças, mais frágeis. Além disso, carência de saneamento gera um alto custo para a sociedade na forma de falta ao trabalho, queda da produtividade e baixo desempenho dos estudantes. De acordo com o Instituto Trata Brasil, a universalização dos serviços de água e esgoto no Brasil reduziria em 23% os casos de dias de afastamento por diarreia, que representaria um custo de R$ 258 milhões, e diminuiria em 6,8% o atraso escolar das crianças. Isso é pobreza! Isso gera mais pobreza!