Já era tempo da BR 232 ser gerida por uma concessão privada para garantir conservação e qualidade (privatização não é o termo correto neste caso). As rodovias de boa qualidade do Brasil são quase todas administradas em concessão por empresas privadas, com base em contrato que obriga a manutenção e conservação permanente e oferta de serviços de segurança. De acordo com estudo da CNT-Confederação Nacional dos Transportes, 86,7% das rodovias com gestão privada apresentam bom ou ótimo estado de conservação (44,7% é ótimo) e apenas 1,8% foram consideradas ruins ou péssimas. Das estradas geridas diretamente pelo setor público 34,6% estão em mal ou péssimo estado de conservação, e apenas 9,9% foram classificadas como ótimas. Mas o modelo de concessão da BR 232 tem uma inovação que merece uma reflexão: quem pagará o custo estimado em R$ 9,57 milhões por mês de conservação e manutenção, se o contrato de parceira do governo não contempla cobrança de pedágio? Certamente o contribuinte que gera os recursos do tesouro, contribuinte que, na sua esmagadora maioria, raramente circula pela rodovia. O grande mérito do pedágio é precisamente este: paga quem usa e quando usa, criando uma relação direta de prestação de serviço entre a concessionária e o usuário. Além do mais, com o pedágio financiando a manutenção e a conservação da rodovia, os R$ 9,7 milhões do tesouro (recolhidos de todos os contribuintes) poderiam ser alocados em outras prioridades do desenvolvimento de Pernambuco.

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