A pouco mais de duas semanas das elei??es presidenciais, as pesquisas eleitorais mostram uma clara polariza??o pol?tica entre duas tend?ncias extremas ? o bolsonarismo e o lulismo ? que pode levar a uma disputa do segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, ambos com alta taxa de rejei??o. De um lado, o reacion?rio e autorit?rio deputado Bolsonaro, saudosista da ditadura que despreza e agride os direitos civis, politico completamente despreparado para ser o chefe de Estado de um grande pa?s como Brasil e no meio da grave crise econ?mica e social. De outro lado, Haddad intensifica o culto ? personalidade do ex-presidente Lula, pr?tica nociva do populismo, e desperta o temor da volta da pol?tica econ?mica que levou o pa?s ao desastre e da hostilidade ?s institui??es democr?ticas (judici?rio e imprensa). Enquanto o eleitorado se inclina por estes dois extremos, as outras vertentes pol?ticas est?o fragmentadas e divididas em v?rios candidatos, muitos deles com grande afinidade na politica macroecon?mica, no respeito ?s institui??es democr?ticas e na defesa de reformas estruturais para tirar o Brasil do atoleiro. Esta configura??o pol?tica ? polariza??o extremada e fragmenta??o pol?tica – est? gerando, nos ?ltimos dias, v?rios chamados de reunifica??o das for?as pol?ticas que rejeitam os dois extremos do confronto eleitoral. Movimentos sociais, intelectuais e politicos v?m defendendo e recomendando a constru??o de uma alternativa ? ?marcha da insensatez?, na express?o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em carta aos eleitores e eleitoras divulgada nesta quinta-feira. Embora seja dif?cil imaginar uma reunifi??o de candidatos, cada um com seus compromissos e interesses, o receio de um segundo turno t?o radicalizado e, mais do que isso, a elei??o de um dos dois polos ? bolsonarismo e lulismo ? pode estimular uma reorganiza??o radical da paisagem eleitoral.
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Creio que haverá uma reaglutinação expressiva e até surpreendente. Mas duvido que seja suficiente para evitar o desastre da polarização anunciada. Temo que escutemos a velha cantilena: se tivéssmos pelo menos mais dez dias de campanha…
Fernando
Estamos vivendo tempos sombrios, na medida em que a escolha será entre: a dúvida da insegurança, bolsonarista, e a certeza da insegurança, petista. De um lado, o risco de ferimento das bases democráticas, por outro, a certeza da vitória e retorno do clientelismo. Mediante tal cenário, anular o voto seria maior ato de protesto!
Um editorial equilibrado e sábio, apontando para a questão crucial das eleições presidenciais. A História ensina que em tempos de crises generalizadas, tende a haver uma disputa entre propostas extremadas. Sendo assim, cabe a nós – eleitores conscientes e livres – votarmos para fortalecer posicionamentos moderados (centro-esquerda ou centro-direita), desde que firmes quanto a inevitabilidade de reformas profundas para o país.