– Não me arrependo de nada. Quebrei o círculo.

– Nem de ter assassinado uns cinco ou seis ou até mais, D. Eloisa?

– Foi mais, e vou contar tudo. Mas não me arrependo. O que precisava fazer eu fiz. Meus filhos estão criados, educados, formados.

Eram seis horas da noite de uma terça feira de julho de 1956. A chuva fina e intermitente que molhava ruas e calçadas marcava o final do expediente, com guarda- chuvas a se atrapalharem uns nos outros.

Fui mordido por um cachorro quando tinha três anos de idade. É uma das mais remotas e traumáticas memórias de minha vida.

Eu ficava fascinada com as fantasias de Lília. Cada ano uma diferente. Mais nova e com ares superiores, ela me ensinava a fazer o passo. Para meu pai, carnaval era festa do diabo.

Dizem. Quem compra qualquer pedaço de terra, granja, chácara, casa de campo, como segunda opção de moradia/recreio, tem duas felicidades: uma quando compra, outra quando vende.

Turvados
os horizontes da noite
nos entretinham com sonhos
vazados de um sono indócil.

“Não está sentindo o cheiro do mar, mãe?” Olho para a paisagem. O mar está quase seco no quebrar das leves ondas brancas em cima do verde musgo dos sargaços. A paisagem é deslumbrante.

O certo seria chamá-los pelo nome. Mas é muito mais bonito bondes. Principalmente porque eram amarelos. Já viu como perde todo encanto nomear uma crônica “ônibus elétricos”?

23 de dezembro de 2013. Levando comigo uma melancolia natalina, vou sozinha ao Baile do Menino Deus. Já conhecia de outro natal.

No quarto, à luz de velas. Era frequente, antes de chegar a energia de Paulo Afonso. A mãe fazia com as mãos figuras de bichos na parede, para distrair os filhos pequenos.

Minha experiência com o barco não foi traumática, porem exigiu de mim certa tensão.