Sobre os critérios restritivos às publicações dos nossos colaboradores e leitores:

A Revista Será? preserva o direto de não publicar, sem dar nenhuma satisfação, um post de qualquer dos seus colaboradores e/ou leitores que:

· Usem termos agressivos quando na defesa dos seus argumentos;
· Gratuitamente denigram a imagem do colaborador e/ou leitor;
· Usem jargões repetitivos, muitas vezes fora do tema central, de forma recorrente e entediante;

Nossa missão é bem clara no texto de abertura o qual abaixo apresentamos:

“ A revista não tem verdades nem convicções definitivas. Prefere a dúvida e a abertura intelectual que, estas sim, avançam no conhecimento e consequentemente na busca de soluções. “As convicções”, dizia Nietzsche, “são inimigas da verdade mais perigosos que as mentiras”. O mais grave das certezas absolutas e definitivas é a paixão e a carga emocional que costumam carregar, impedindo um debate sério e equilibrado. Neste aspecto, vale a referência a outro filósofo, David Hume, para quem “todas as doutrinas que sejam favorecidas por nossas paixões devem ser objeto de suspeita”.

A Revista Será? tem como missão estimular o debate através do diálogo, mesmo que controverso e não a discussão. Na discussão sempre haverá um vencedor e um perdedor, deixando para trás um gosto amargo da derrota, ou a mágoa. Em um diálogo, o resultado é um novo conhecimento sobre o tema discutido enriquecendo as partes envolvidas.

Queremos que a crítica prevaleça e não a arenga.

Aqui não é o lugar para declaração de princípios, muito pelo contrário: é o lugar para refletir e até, no limite, mudar de opinião.

P.S Recomendamos a leitura do elucidativo texto abaixo,

Os Editores

DISCUSSÃO (UMA TROCA DE GOLPES) X DIÁLOGO (UM FLUXO DE CONHECIMENTO)

…nós consideramos que a qualidade da comunicação entre as pessoas, em uma empresa ou grupo de trabalho, carrega duas distintas formas de comunicação: a discussão e o diálogo.

A discussão é nada mais do que uma pesada troca de argumentos. ‘Ouvir’ em uma discussão normalmente pode ser traduzido como: Quando vai ser a minha hora de falar? Quando eu poderei impor meus argumentos? Assim, o resultado de uma discussão não leva a um resultado útil para o grupo ou algum tipo de compromisso.

A discussão sempre deixa para trás vencedores e perdedores.

Atualmente, a discussão é a forma de comunicação mais frequente entre grupos e empresas.

Um diálogo se distingue principalmente de uma discussão em termos do nível da qualidade da comunicação em um grupo.

O termo “discussão” pode ser derivado de sua raiz anglo saxônica. Lá a raiz ‘discussão’ se origina da mesma palavra-tronco “percussão” ou mesmo “concussão”, e pode desta forma, ser definida apropriadamente como uma troca de golpes.

Em outra direção, muito distinta desta vem a palavra Diálogo que tem suas origens no Grego. Aqui, ‘dia logos’ converge para um  ‘sentido de fluir através de’  ou algo mais concreto como um fluxo de conhecimento.

Durante um diálogo, o conhecimento literalmente flui entre os participantes. Conhecimento que não pode ser diretamente atribuído a uma pessoa em particular. Conhecimento que se desenvolve apenas gradualmente. Conhecimento que, ao final do diálogo, abre as vias para a produção de novos conhecimentos. Novo conhecimento que não poderia ter sido produzido por um membro do grupo.

NORTH & GUELDENBERG, Klaus & Stefan (2011) EFFECTIVE KNOWLEDGE WORK  (pp. 46-47)