Vinícius Romão de Souza.

Vinícius Romão de Souza.

O fato: na Zona Norte do Rio de Janeiro, uma mulher foi assaltada no ponto de ônibus, socorrida por um policial que, com ela no seu automóvel, saiu em busca do ladrão. Ela o identificou e o policial, mesmo verificando que ele não estava com a bolsa roubada, levou-o algemado ao Distrito Policial, onde foi registrado o flagrante, e em seguida a uma Casa de Detenção na região metropolitana do Rio, onde ficou preso por mais de duas semanas. O contexto: Vinícius Romão de Souza, negro, 27 anos, ainda estaria mofando na cadeia por um crime que não cometeu, não tivesse atuado em uma novela da Rede Globo e não existissem as redes sociais. O equívoco foi amplamente divulgado pela grande imprensa, justamente depois de entrarem em ação as redes sociais e a rádio Globo. Do incidente, fica o depoimento de Vinícius na saída da prisão, que fala por si mesmo. Depois de afirmar ter se integrado com os 15 detentos com os quais dividiu a cela, disse que “dormia no chão, sobre um papelão. E tem muitos Vinícius lá dentro e muitas pessoas que cometeram crimes banais e estão sem banho de sol, sem contato com a família”. Até quando essa situação carcerária em nosso país? E até quando a cor da pele será por si só um fator de incriminação?