O BRICS surge (sem o S de South Afrika) como uma segmentação analítica dos países de grande porte (área, população e economia) que não fazem parte das nações desenvolvidas mas apresentam grande potencial de crescimento. O conceito foi formulado por Jim O’Neillem um estudo de 2001, que identifica o grupo de países emergentes com grande potencial de crescimento que mudaria a estrutura da economia mundial. Na simulação do autor, até 2050 a China seria a maior economia do planeta (à frente dos Estados Unidos) e a Índia a terceira maior, ficando o Brasil na quinta posição à frente da Rússia. De um conceito, o BRICS torna-se agora uma instituição global com a reunião de chefes de Estados dos cinco países, a criação de um Banco de Investimentos e uma Reserva de Contingência. Embora sejam países muito diferentes, inclusive no tamanho, o BRICS tem complementaridade na estrutura produtiva e de comércio, o que permite apostar na ampliação do comércio. No caso do Brasil, permite diversificar mais ainda os parceiros e as rotas comerciais dos produtos brasileiros e, principalmente, captar recursos para investimentos na infraestrutura. Claro que a constituição do BRICS serve ao interesse estratégico da China, que ambiciona se projetar como potência global para além do continente asiático. A integração econômica e comercial com a China e com a Índia, dois dos maiores mercados mundiais, é também muito positiva para o Brasil, além de contribuir para a consolidação da multipolaridade econômica e política. No entanto, para que o Brasil não embarque numa divisão de trabalho no bloco que nos deixa com a parte de menor valor agregado (commodities), é fundamental que promova uma reestruturação produtiva, avanço tecnológico e aumento da produtividade.