Neste final de semana, o Brasil se divide em duas manifestações políticas de rua altamente radicalizadas: no domingo o “Fora Dilma” organizado pelas redes sociais e pelas oposições em favor do impeachment da Presidente; e nesta sexta-feira o “Blinda Dilma” promovido pela CUT e outros movimentos sociais, incluindo o MST, em defesa da Presidente e da Petrobrás. Em manifestação “em defesa da Petrobras”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num dos seus arroubos incendiários, declarou: “E nós sabemos brigar também, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele na rua”. Num momento delicado do Brasil, com a forte radicalização política que divide o país, o discurso de Lula é um incentivo ao confronto e à violência. E o líder nacional do MST-Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra está respondendo com o discurso radical e com a mobilização do movimento em todo o Brasil. Para mostrar a força do seu “exército”, o MST iniciou nesta semana manifestações em várias partes do Brasil, incluindo a obscurantista e reacionária destruição de vários centros de pesquisas agrícolas avançadas, acabando com anos de investigação no conhecimento e desenvolvimento de tecnologias. De passagem é preciso dizer que quem está ameaçando a Petrobrás é o próprio governo do PT com seu voluntarismo, sua incompetência e a sangria de bilhões de reais para financiar o PT, os partidos aliados e as eleições. Por outro lado, alguém deve dizer ao ex-presidente que não é um exército que pode “salvar a Petrobrás”, muito menos um exército de Brancaleone (*). O que a Petrobrás precisa mesmo é de uma gestão competente, séria e independente dos interesses políticos e eleitorais do governo.
(*) O “Incrível exército de Brancaleone” é um filme satírico (1966) que tem como personagem central um cavaleiro atrapalhado que lidera um pequeno e esfarrapado exército, perambulando pela Europa em busca de um feudo.
Todo ex-presidente deveria se tornar Rainha da Inglaterra e não falar irresponsabilidade como bem comentou no editorial a Será?.
Muito bom. Em um momento difícil no Brasil, porque as situações (e opiniões também) estão mudando com enorme rapidez. Hoje finalmente Dilma declarou que “modelo econômico do primeiro mandata está esgotado”. Espero que o recado seja ouvido pelo pessoal que convocou a manifestação de hoje de apoio a Dilma mas contra a introdução de mudanças no modelo econômico.
Me parece surreal, mas é verdadeiro, que um ex-presidente, use os meios de comunicação para incentivar a violência, ainda mais comandada por Srédile.
Mas, o que se pode esperar do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, com tantos títulos de Dr. Honoris Causa? O momento do país é crítico e ele, que tando condenou a força, quer agora usar dela? Na verdade, o que le quer é provocar as forças armadas, para depois se fazer de vítima, o que lhe é peculiar. Palmas para seu artigo.
O ato do dia 15 não é exatamente um “fora Dilma”. Amplas e difersifcadas razões estão levando o povo a rua, igual aconteceu em 2013. Crescentemente o descontentamento com a insegurança quanto à crise econômica está mobilizando a população.
Muitos setores que se comportam responsavelmente estão mobilizando para o dia 15. Não me parece adequado tratar os dois movimento com simetria.
Oportuna a matéria. É gritante a insatisfação do povo com esse governo do PT. Acreditava que o país não mais vivênciasse a desordem e roubalheira que se instalou. O povo vai à rua dia 15 mostrar a sua insatisfação, lutar pela dignidade e moral que se perdeu ao longo desses últimos anos. Impeachment dificilmente teremos, o governo tem maioria no congresso, mas não podemos simplesmente cruzar os braços e ficar assistindo o caos que só aumenta a cada dia. Dignidade é o mínimo que o brasileiro anseia.