Eli S. Martins*

Personagem do filme V de Vingança.

Personagem do filme V de Vingança.

FILÓSOFO ANÔNIMO

Se o governo quer “despedalar” eu quero “despobrecer”.

DEUS NOS ACUDA

Na padaria da esquina uma senhora pacata declarou: “A bichinha vai durar até 2018”. O bate papo pegou fogo. Teve até menino chorando. Pessoalmente duvido.  Mas o verdadeiro problema é: será que o País aguenta?

A TIA FICA?

Está caindo a ação de investigação das contas de campanha da Presidente depois da decisão de Janot pelo arquivamento. Está caindo o risco do TCU de desaprovação das contas graças a intervenção do presidente do Senado que já derrubou três votos contra. É só esperar para ver.

PT NA OPOSIÇÃO

O PT se reúne no domingo próximo para definir declarar-se contra a atual política econômica. Será que eles vão querer ressuscitar a matriz que nos trouxe a este buraco atual? Só Deus sabe. Mas que ele está contra o governo, ah! Isso tá!

CATATÔNICA

Este é o estado atual da Tia, renunciando a tudo. Agora foi a vez de fazer o Orçamento. Terceirizou-o para o Congresso, declarando sua incapacidade. Ela está segurada apenas no Minha casa, minha vida, que o povo já começa a chamar de Minha casa, minha dívida.

CAMINHO CERTO

“Se a gente quer destruir o nosso governo, estamos no caminho certo”. Frase de assessor de Dilma.

SEMANA DE BARAFÚNDIA

O Planalto demonstrou um ativismo exagerado, na semana que passou, completamente fora do comum. Meu padeiro foi impiedoso: “Tudo isso é para esconder a saída do Temer”. Penso que não. É estupidez mesmo, da mais simples e banal. Aquela que assalta as pessoas despreparadas em momento de crise. Diz e faz besteira atrás de besteira. A tia está perdida, completamente. Pobre de nós.

CORTEJO

Marcelo Odebrecht, um dos bilionários brasileiro, esteve na CPI. Foi uma vergonha. Os parlamentares só faltaram pedi autógrafo ao empresário. E saíram contentes quando Marcelo respondeu que é a favor do financiamento de campanhas por empresas. UFA! Está garantida a próxima campanha eleitoral. Teremos mais corrupção, está assegurado.

EM TERRA DE PADINHO CÍCERO

Pois foi lá que a tia declarou, no sábado passado, que alguns de nós acha a inflação alta. Meu companheiro de quarto no hospital, Elizardo, não deixou por menos: “Esta pessoa tem um déficit cognitivo notório”.

LULA CONTRA DILMA?

Lula resolveu detonar o governo da Dilma. Além de se dizer candidato à Presidência, quando o governo da tia mal começou, defendeu o retorno da CPMF. Amigo da Onça?

CONVERSA DE CORREDOR

Na Câmara dos Deputados não tem outro papo. Como o País vai aguentar com esta senhora no poder durante mais 1215 dias? E estes comentários reúnem machistas e não machistas (existe isso?). Alguns estão propondo a discussão em torno de um governo de salvação nacional, com figuras acima dos partidos.

O EMPRESARIADO COMEÇA A SAIR DE CENA

O apoio do empresariado deu folego à Presidente. Contudo, aos poucos está se esfacelando, com a incapacidade do governo em tomar medidas para superar a crise. A inflação continua em alta e a arrecadação aumenta. Cai a renda das famílias, a confiança na economia e os investimentos, juntamente com o PIB que alcançou um índice pior do que o esperado pelos analistas.  E o governo só faz besteira, e aumenta seus gastos. Meu neto, com estas notícias, continua insistindo: “Tem certeza que o senhor não quer se mudar para Nova Zelândia”?

6 a 0

A semana passada terminou pior do que começou para o governo. Ele anunciou, e depois recuou na suspensão do adiantamento de metade do décimo terceiro aos aposentados. O vice-presidente renunciou à coordenação política. O TSE votou a continuidade das investigações sobre as contas da campanha eleitoral. O resultado do PIB do segundo semestre foi de menos 1,9%. O País ingressou em uma recessão técnica. E administrativamente, com o anúncio da reforma política, parou de vez. Metade dos ministros estão inseguros. E a outra metade também. Alguns porque seu ministério pode sumir, outros porque a Presidente pode precisar do cargo. O anúncio do retorno do CPMF teve a pior reação possível, de empresários, políticos e mídia. E mais uma vez a Presidenta voltou atrás, no sábado, para fechar o placar de 6 a 0, com três gols contra.

SUICÍDIO OU SUICÍDIO

O desespero no Planalto é total. A tia está cada dia mais sozinha, e louca, como a rainha. A proposta de retomar a CPMF para melhorar as contas do governo foi interpretada como a escolha entre o suicídio orçamentário (o desequilíbrio fiscal com a perda de arrecadação, que já chega a 150 bilhões) e o suicídio político (chamado já de projeto impeachment). Ismeralda, minha vizinha enfermeira matutou: “Estou achando que este Levy é um infiltrado da oposição. Só inventa coisas para prejudicar a tia. Superávit impossível, ajuste em cima de corte de direitos dos trabalhadores, adiamento do pagamento dos aposentados e agora a CPMF”. Será? Ismeralda não sabe que a ideia do CPMF não foi do Levy, mas do Nelson Barbosa, o mesmo que ajudou na campanha eleitoral de Dilma. Mas ele somou nova derrota com o envio do Orçamento com déficit. Coisa que nunca se viu antes neste País.

ALIANÇA OPERÁRIA EMPRESARIAL

Aos sindicatos, e a Lula, juntou-se agora o presidente da FIESP na luta contra o Levy. Não deve durar, dizem as más línguas.

REFORMA POLÍTICA

Minha vizinha costureira comentou na padaria da esquina que o Congresso está parindo um rato. O pessoal pediu explicação. “Falo dessa tal de reforma política”, disse ela. Ah! Bom.

AS VERGONHAS DO CONGRESSO

São muitas e a cada semana. No Senado, Collor usa palavras de baixo calão e ninguém diz nada. Na Câmara aprova-se uma PEC oficializando a sinecura dos cartórios. Nenhum comentário. Apenas para lembrar, sinecura significa emprego que só tem utilidade para quem o exerce. Culpamos Portugal, mas lá tem um cartório e nós, cerca de 5 mil.

PARALISIA

A Presidente Dilma se especializou em criar situações de paralisia para o seu próprio governo. É uma verdadeira vocação suicida. Primeiro, errou nas eleições para a Câmara dos Deputados e criou um monstro chamado Cunha. Depois, iniciou os ajustes por corte nos direitos dos trabalhadores, que prometera não mexer. Em seguida, declarou um contingenciamento entregue a cada ministério decidir quanto aos cortes. Mais um mês sem fazer nada, só briga interna. Quando os grandes empresários, Globo a frente, saíram em sua defesa e tudo parecia começar a entrar na normalidade, ela declara que vai fazer uma reforma ministerial. E sem diretrizes claras. Todos os ministros estão paralisados: permanecerão ou não?

REFORMA BIDON

Na imensa reforma ministerial que a Presidente vai fazer, desaparecerão, segundo os jornais, 10 ministérios. 4 apenas mudarão de nome, ou seja, deixarão de ser ministérios: Banco Central, Controladoria Geral da União, Gabinete de Segurança Institucional e Advocacia Geral da União. Assim, serão eliminados na realidade apenas 6 ministérios. Há pelo menos 10 que não se justificam como ministérios – Portos, Pesca, Micro e Pequenas Empresas, Aviação Civil, Igualdade Racial, Relações Institucionais, Direitos Humanos, Mulheres, SAE e Comunicação. Dona Isabella, que conhece a Esplanada, pois faxina por lá, e conhece das coisas, deu-me sua opinião: “Reforma pra gringo ver. Não vai dar em nada, salvo aumentar a confusão e a paralisia do governo. Eita incompetência meu Deus”.

É O ACORDÃO?

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal e, atualmente, membro do Tribunal  Superior Eleitoral, pediu averiguação das contas da campanha de Dilma, entre as quais uma envolvendo a gráfica VTPB que recebeu mais de 22 milhões de reais da tia, cujos serviços não foram comprovados. Janot, na semana passada, logo após sua sabatina no Senado que lhe garantiu mais dois anos de mandato, mandou arquivar a solicitação de investigação de ministro do STF, pois, segundo Janot, “não há indícios de irregularidade.” É verdade que o documento data de 13 de agosto, antes portanto da sabatina, 26, mas só foi publicado na sexta, 28. Em seu despacho ainda frisou a inconveniência de serem, Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, protagonistas – exagerados – do espetáculo da democracia, para os quais a Constituição trouxe, como atores principais, os candidatos e os eleitores”.

CNBB

Agora foi a vez dos bispos da Igreja Católica se pronunciarem contra o impeachment da tia. Sabia que os padres gostam de pobres, mas agora sei que também gostam dos despreparados e mentirosos. Será que o Papa sabe disso?

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*Observador anônimo da política nacional.