Eli S. Martins*
VENTOBRAS
O Palácio do Planalto encontra-se envolvido em uma séria discussão sobre o estatuto jurídico da entidade, se empresa ou autarquia, que deverá desenvolver a tecnologia de ensacar o vento.
FUTURO
De um senador nos corredores das comissões do Senado: “Teremos uma Dilma Cunha ou um Eduardo Roussef
JORNALISTA OU PROPAGANDISTA?
Para jornalista ruim o que interessa é a tese, suas crenças, sua ideologia e não os fatos. Na mesma FSP de domingo, 11, que tem na capa como manchete principal que a oposição pede o afastamento de Cunha, o jornalista chapa branca, Jânio de Freitas, acusa a oposição de apoiar o Presidente da Câmara dos Deputados para assegurar o impeachment de Dilma. Ruim, não!? Pior: o Correio Brasiliense da segunda feira, 12, tem como manchete principal: Governo promete blindar Cunha para salvar Dilma. Meu colega de quarto de hospital, Elizardo, que sabe tudo, concluiu: “Esse foi o teor da conversa de Edinho e Wagner com o Cunha na semana passada”. E a puxada de cá e de lá para ter o Cunha de seu lado entre a situação e a oposição continuou ao longo da semana, com o governo fazendo propostas indecorosas, destas que não se diz na frente de crianças. E Jânio não sabe de nada. Para ele o impeachment levaria o País a um “descontrole total”. Dona Isabella, minha faxineira, comentou: “O raciocínio autoritário é assim meu filho, com eles é o bem, contra eles é o mal”.
O PREÇO DE CUNHA
Cunha não deixa por menos. Seu preço é alto. Aos emissários do governo a conta foi clara: impedir sua cassação no conselho de ética, deixá-lo na presidência da Câmara, não entregar sua mulher e filha ao juiz Sergio Moro e segurar o Janot em suas novas iniciativas contra ele. E o governo, desesperado, cede naquilo que pode. A minha vizinha enfermeira não deixou por menos: “A tia já estava estabanada, querendo ensacar vento, agora perdeu a compostura de vez. Ficou de quatro em público. Coitado de nós”.
O CAMINHO DO JUDAS
Qual caminho seguirá Cunha? Governo tenta puxar para si, engavetamento dos pedidos de impeachment, a oposição tenta ganhar o deputado carioca para avançar no impeachment. Um promete uma coisa, outro promete mais. Quem ganhará? Enquanto isso a sociedade terá mais um judas para bater. Um só não basta.
CIÚMES
O Brasil é um país que não convive bem com o sucesso. Alguém que nos Estados Unidos fica rico é tida como uma pessoa competente, inteligente, trabalhador – um vencedor. No Brasil, um cara que fica rico é visto como contraventor, salafrário ou corrupto. O primogênito de Lula é um exemplo. Jovem talentoso e rico. Não deu outra, o delator Fernando Baiano já foi denegrir o rapaz dizendo que lhe pagou despesas pessoais de dois milhões de reais, e com propinas de negócios na Petrobrás. Um rapaz vencedor, inteligente, de tino comercial, o pessoal não suporta, e logo tenta levanta suspeitas contra o pobre coitado. Eita povo ciumento!
INVERSÃO
A senhora pacata da padaria não deixou por menos no café da manhã na padaria na segunda feira, 12. “Claudia Cruz e a filha vão ser presas. Será o fim do Cunha”. Para quem não é bem informado – e não há nenhum pecado nisso – Claudia é a mulher de Cunha que gastou mais de um milhão entre viagens, compras e tênis no exterior. O pessoal logo reclamou. E meu vizinho confeiteiro vaticinou. ”Cunha devia estar na Suíça e aplicar o dinheiro no Brasil. Ninguém ia saber de nada, e ele ia viver bem”.
PASSOU DOS LIMITES
Quando na padaria da esquina alguém disse que Lula havia declarado que as pedaladas estavam justificadas porque foram realizadas para garantir os programas sociais não teve outra: zoeira total. A senhora pacata declarou que agora vale tudo. Ismeralda, a costureira, declarou que acabou a República, a lei não vale mais nada. E meu neto não deixou por menos: “A Venezuela está chegando gente! “
PSDB na encruzilhada
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