A nova onda de terrorismo dos últimos dias na França, no Líbano e no Egito, não pode ser atribuída à religião islâmica mesmo que os seus autores gritem o nome de Alá e que o Estado Islâmico assuma a responsabilidade pelos atentados. Nenhuma instituição religiosa prega mais a violência e a morte dos hereges e infiéis, como fizeram aberta e oficialmente no passado como a Inquisição, a Jihad e várias guerras de inspiração religiosa. Mas se o islamismo é uma religião da paz, não há como ignorar que o terrorismo do Estado Islâmico, como da Al Qaeda e do grupo Boko Haram, é o produto direto do fanatismo religioso que continua latente, no caso, do fanatismo de seitas islâmicas sunitas e wahhabistas. O fanatismo está sendo estimulado pelos líderes do Estado islâmico e explorado, dentro e fora do seu território, para promover a violência e o terror, mobilizando os ressentimentos e atraindo os jovens sem perspectivas no mundo árabe mas também nos países ocidentais. Nesta guerra, muçulmanos são também vítimas. Os que não comungam do fanatismo do Estado Islâmico são atacados e condenados como hereges e infiéis, milhares estão sendo mortos no campo de batalha ou nos países vizinhos. E os milhões de muçulmanos pacíficos que vivem na Europa e que rejeitam a violência o fanatismo? Tudo indica que um subproduto desta nova onda de terrorismo aumentará o preconceito contra as comunidades muçulmanas e os refugiados que fugiram da guerra na Síria. A ultra-direita e a xenofobia europeia fortalecem sua propaganda para convencer uma opinião pública assustada do risco da presença de uma crescente população islâmica. Comprovadamente pacífica, a esmagadora população islâmica pode ser vítima de uma violência insana dos fanáticos.
Postagens recentes
-
O ódio político no Brasilnov 15, 2024
-
Quem mentiu: Trump, Putin ou The Washington Post?nov 15, 2024
-
The Book is on The Tablenov 15, 2024
-
Todo mundo vai ao Circonov 15, 2024
-
Ainda Estou Aqui, O Filmenov 15, 2024
-
Última Páginanov 15, 2024
-
Almodóvar Desdramatiza A Mortenov 8, 2024
-
Trump 2.0 pode incendiar o planetanov 8, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- José clasudio oliveira novembro 20, 2024
- helga hoffmann novembro 19, 2024
- Elson novembro 19, 2024
- Marceleuze Tavares novembro 18, 2024
- Keila Pitta Stefanelli novembro 16, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
Fortalecer a xenofobia e fechar portas foi um dos objetivos do atentado. Como mostra o artigo http://edition.cnn.com/2015/11/18/opinions/ghitis-isis-self-destructive/index.html, ninguém comete atentado com passaporte a toa.
Mas não podemos ser ingênuos com essa conversa de religião da paz. Em todo canto, tem fundamentalistas. Faz diferença se são violentos ou não. Também faz diferença se a tradição religiosa é violenta. Há chamamentos importantes no livro sagrado dos muçulmanos ao uso da violência para impor a Verdade (deles) aos que nela não creem. Também há algo no Velho Testamento, mas a saga dos hebreus não é contada como uma sucessão de vitórias militares nem há uma conclamação ao uso da espada como instrumento de convencimento.
Sem dúvida, no mundo ideal o livre trânsito de pessoas entre países garante a renovação das culturas, a diversidade e, mais pragmaticamente, até o equiíbrio demográfico. Mas há outros fatores a serem considerados, especialmente a auto-defesa da democracia ocidental.
Muito esclarecedor!
Pra mim, não podemos ser ingênuos com essa conversa de religião da guerra. A maioria dos muçulmanos são contra o Daesh. Se existe chamamento ou não, a maioria é a favor da paz e isso q importa. Pra mim, não podemos ser ingênuos com essa conversa que a guerra que eles querem tem como único objetivo impor sua crença.
Tá… Abaixo a islamofobia e todas as fobias! E abaixo os governos dos países cristãos que usam a mais covarde das formas de extermínio, os ataques aéreos… Abaixo o terrorismo de estado, antes e acima de tudo
A gente também precisa lembrar que não estamos tratando de algum país em abstrato, onde prevalece a democracia, e dois partidos se enfrentam nas urnas, cada um com seu programa. Aí trata-se de debater racionalmente diferentes programas e ideias. Mas como abordar uma turma que está simplesmente degolando – sim, degolando – quem não os aceita? Claro que preferimos o caminho pacífico. Mas …. se o outro lado não quer conversa?! Está tomando o poder, controlando cidades, e impondo suas regras sob pena de degola. Vocês acham que tem tanta gente fugindo da Síria atoa? Cada caso é um caso. No caso concreto de Timbuktu eu acho que foi correto o exército francês ajudar o exército do Mali a recuperar controle da região e expulsar os jihadistas ultrafanáticos.
Isso não tem a vê só com terrorismo. Isso é guerra pelo petróleo e outras vantagens territoriais. Que lado quer conversa ? Que lado quer ceder ? Não existe bonzinho nessa história. Só quem paga o pato são os inocentes. Ou vai me dizer q os ataques norte-americanos, russos e franceses só matam soldados ?
Pincei alguns trechos do LIVRO VERDE DO AIATOLÁ KHOMEINI
Dos princípios Políticos, Filosóficos, Sociais e Religiosos.
Não vou fazer comentários para não ter o dissabor de ser tachado de islamofóbico pelo senhor Zé Nivaldo ou outro que queira polemizar.
1-As leis não dependem da vontade do povo, mas sim unicamente do Corão e da Suna do Profeta. Suna=tradição
2-Todos os governos do mundo repousam na força das baionetas.
3-A guerra santa significa a conquista dos territórios não-muçulmanos. Será então dever de todos os homens válidos e maiores de idade alistar-se como voluntários nessa guerra de conquista, cujo objetivo final é fazer a lei corânica de um extremo a outro da terra.
4-Que compreendeis vós do acordo entre a vida social e os princípios religiosos? … Nesses focos de imoralidade, que se chamam teatros, cinemas, dança, música?
5-A Europa (o Ocidente) não passa de um conjunto de ditaduras, cheias de injustiças.
6-É preciso castigar os crimes pela lei de Talião: cortar a mão do ladrão, matar o assassino em vez de o mandar para a prisão, flagelar a mulher e o homem adúlteros.
7-A instauração de uma ordem política secular equivale a entravar o progresso da ordem islâmica. Todo poder secular, seja qual for a forma pela qual se manifesta, é forçosamente um poder ateu, obra de Satanás. É nosso dever exterminá-lo e combater seus efeitos.
8-No momento de defecar ou urinar, é preciso se agachar de modo a não ficar de frente nem dar as costas para Meca.
9-Consumir vinho e bebidas alcoólicas é um pecado capital, estritamente proibido.
10-O corpo de um indivíduo não muçulmano é impuro…
11-O vinho e todas as outras bebidas que embriagam são impuros, mas o ópio e o haxixe não o são.
12-não é recomendável deixar entrar numa mesquita um débil mental, uma criança ou alguém que haja comido alho.
13-Olhar para o rosto e as mãos das judias e das cristãs, se não for com a intenção de procurar prazer e se não se tiver medo da tentação não é proibido.
14-É proibido a um homem olhar o corpo de uma mulher que não seja a sua…
15-O corpo do defunto deve ser colocado no túmulo do lado direito, de maneira a que o rosto fique voltado para Meca.
16-É proibido enterrar um muçulmano no cemitério dos infiéis e enterrar um infiel num cemitério muçulmano.
Décio foi às fontes para mostrar como importantes lideranças do islamismo defendem (defendiam, no caso de Komeini) a intolerância e a violência, a guerra mesmo contra todos os hereges (a humanidade não muçulmana). O mesmo Komeini, quando dirigia o Irã, decretou a morte e estimulou seus seguidores a matarem Salman Rushdie por um livro escrito (literatura) em que fala dos versos de Maomé. Sera que estas “lições” do líder máximo da seita xiita do islamismo, Aiatola Komeini, a maioria simplesmente patéticas, inspira a paz e o respeito à diferença? O Estado Islamico, sunita, não parece ser menos radical, intolerante e fanático. Não se pode cair na islamofobia, claro. Mas é um enorme equivoco e simplificação, jogar no mesmo bau o terrorismo dos seguidores do Estado Islamico e os ataques dos “Estados cristãos” aos núcleos de poder do terror.
Muito oportuno, Décio, valeu o esforço.
Isso não distorce nada, apenas reflete bem o pensamento de um ator que foi fundamental numa vertente civilizacional da maior relevãncia no equilíbrio do Oriente-Médio.
Vou incorporá-lo a meu acervo para debates posteriores. Gostei demais, obrigado.
FD
Jamais podemos esquecer que o terrorismo está declarado Mundialmente inclusive em nosso país, talvez com menos gravidade e que consegue passar despercebido façamos um levantamento dos últimos cincos anos e será que sabemos o que aconteu?
Talvez não e talvez sim e temos que está preparado para o pior.
Pois é, ou melhor, Será? Os itens 8, 11 e 12 “são simplesmente patéticas” como disse muito bem Sérgio Buarque.Mesmo numa tragédia pode surgir algo incontrolavelmente engraçado.