O presidente Jair Bolsonaro apresenta um quadro preocupante de demência política e diplomática, a julgar pelos frequentes comportamentos e declarações insensatas e despropositadas que envergonham os brasileiros e desmoralizam o Brasil no cenário internacional. Esta semana, a vítima do seu descontrole verbal foi a Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, a ex-presidente chilena Michele Bachelet, agredida depois de registrar o aumento da violência policial e a “redução do espaço cívico e democrático no Brasil”. Bolsonaro poderia ter questionado as informações de Bachelet (e teria argumentos para tanto) com a elegância e o respeito público que devem ser utilizados nos assuntos internacionais e, particularmente, quando se relacionam com uma autoridade das Nações Unidas. Mas ele não tem o discernimento de um chefe de Estado, e parece sentir-se o senhor absoluto de uma republiqueta de bananas, soltando farpas envenenadas e agressões gratuitas para todos os lados. De um só golpe, Bolsonaro tentou desqualificar a ex-presidente chilena, afirmando que “quando tem gente que não tem o que fazer, vai lá para a cadeira de Direitos Humanos da ONU”, defendeu mais uma vez a violenta ditadura de Augusto Pinochet e, com total insensibilidade humana, justificou a prisão, a tortura e a morte do pai da Alta Comissária, o brigadeiro Alberto Bachelet, que resistiu ao golpe militar no Chile. As declarações de Bolsonaro receberam uma resposta dura do presidente chileno Sebastián Piñera, até recentemente seu aliado, condenando com veemência o tratamento desrespeitoso e indigno a Bachelet. O presidente Bolsonaro parece mesmo empenhado em promover o isolamento diplomático do Brasil, que trará graves consequências políticas e econômicas. Estranho comportamento, que requer mais uma análise psicanalítica do que propriamente política.
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Acho que foi Merval Pereira que escreveu no Globo de ontem que esse camarada pode estar sofrendo do que se chama TEPT, um certo transtorno de estresse pós-traumático, decorrência do sucedido há exato um ano, quando foi esfaqueado em Juiz de Fora.
Segundo a literatura médica, isso poderia estar levando-o a condutas violentas, delírios persecutórios, anorexia nervosa, paranoia e narcisismo. Convenhamos, a matéria-prima original já estava abaixo dos standards, some-se a isso o ato tresloucado de Adélio Bispo, e eis que temos nosso Calígula.
No exato instante em que faço este comentário, faz-se uma Blitz de apreensão de livros “pornográficos” no Rio. E depois dizem que Bachelet não tem sua cota de razão. No mais, em 8 meses de governo (sic), já nos atritamos em maior ou menor escala com 12 países.
Fernando
Quem acompanha, minimamente, a trajetória política de Jair Bolsonaro no parlamento e como candidato a Presidência da República não deveria esperar, aguardar e/ou torcer para que a faixa presidencial tivesse o condão mágico de modificar depoimentos, comportamentos e atos do atual Presidente. Ele mantém a absurda coerência de negar, ou melhor, destruir a Democracia e os Direitos Humanos, que estão referenciadas, especialmente, na Constituição Federal de 1998.
O que temos em curso é a combinação, perversa, da destruição (simbólica e prática) do Estado Democrático e de Direitos e dos Direitos Humanos. O Presidente Bolsonaro, seu ministério e apoiadores estão construindo outros modelos de Estado e de Sociedade, autoritários e refratários as diversidades humanas.
Acho que ele está agindo dentro do esperado. Ele é isso aí, infelizmente. Está acabando com a democracia e criando dificuldades com muitos países o que piora ainda mais nossa situação. Gostei do editorial,