Quase no mesmo momento em que Luís Caputo, Ministro da Economia do novo governo da Argentina, assumia que os argentinos “somos viciados em déficit”, no Brasil, o PT, a sua presidente, Gleisi Hoffmann, e o próprio Lula declaravam que o déficit gera crescimento econômico e condenavam a meta de déficit zero para 2024, defendida por Fernando Haddad. O PT, viciado em déficit, é a principal oposição ao governo, ao menos quando se trata da política macroeconômica. Resolução do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores publicada nesta semana afirma que o “Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal”, expressão utilizada para demonizar a posição de austeridade fiscal defendida pelo Ministro da Fazenda. É importante lembrar que a busca do equilíbrio fiscal de Haddad está mais dirigida à elevação da receita, que à necessária redução das despesas primárias. Gleisi Hoffman saiu em defesa do déficit público como um meio para estimular o crescimento econômico do país, sendo contestada por Haddad: “não é verdade que déficit faz crescer”, lembrando que o Brasil vem tendo déficit seguidos e continua com crescimento medíocre.
Na verdade, o Brasil teve foi uma forte recessão econômica depois que a ex-presidente Dilma Rousseff abandonou qualquer controle fiscal com a chamada “nova matriz econômica”, que acelerou o déficit público. Gleisi deve ser uma aplicada aluna de Dilma, economista que foi agora agraciada pelo Conselho Federal de Economia com o prêmio de Mulher Economista de 2023 “por sua significativa contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país ao longo de sua carreira” e como “reconhecimento do seu legado e expertise no campo econômico, bem como seu papel fundamental na formulação e implementação de políticas que moldaram a trajetória econômica do Brasil”. Pelo visto, Dilma formou mais gente na sua escola de economia. O próprio presidente Lula afirmou esta semana, numa reunião do chamado Conselhão, que “se for necessário este país fazer um endividamento para crescer, qual é o problema?” Necessário para o país, ou para a consolidação no poder, presidente? Sim, porque o destacado deputado do PT, José Guimarães, foi claro e direto: “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque senão, a gente não ganha eleição em 2024”. O PT é viciado em déficit e Lula ainda não chutou o balde, graças à competência e resistência de Fernando Haddad.
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