Depois de meses de pressões e disputas diplomáticas, cerco militar da Ucrânia, ameaças e o reconhecimento das áreas sublevadas das províncias de Donetsk e Luhansk no leste ucraniano, a Rússia finalmente invadiu a Ucrânia, bombardeando várias cidades e pontos estratégicos do país. A guerra quente e devastadora começou. Por enquanto, estão suspensas todas as negociações e entendimentos. Com raras exceções, o mundo condenou a invasão, e os países da OTAN estão executando sanções econômicas de discutível eficácia. A China não condenou, mas pediu a retomada das negociações de paz. Apenas Venezuela e Nicarágua apoiaram a Rússia, além de Belarus, que está aliado a Putin no cerco e no ataque à Ucrânia. Desde o início do conflito, quando tropas russas cercaram a Ucrânia com poderoso contingente militar, o presidente Vladimir Putin vem desfilando diferentes e crescentes exigências para evitar a guerra, que foram sendo rejeitadas pelos países da OTAN. Da escalada e com a continuidade do impasse, veio a guerra.
Cada vez que ele subia o tom, Estados Unidos e Europa reforçavam as ameaças de sanções que Putin parecia ignorar, até que decidiu reconhecer as províncias sublevadas e enviar “tropas de paz” para o leste da Ucrânia. Quando se esperava que ia usar a independência das tais repúblicas como trunfo para a negociação da neutralidade da Ucrânia, quando o mundo ainda discutia o alcance das sanções, Putin iniciou a guerra e lançou uma ameaça assustadora: “Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências nunca experimentadas na história”. Com as negociações suspensas, o futuro do conflito vai depender, provavelmente, da capacidade e disposição de resistência dos ucranianos, do nacionalismo e de ressentimentos históricos da ex-república soviética, que podem criar um inferno para as tropas russas, com consequências no humor político da Rússia. A eficácia das sanções não parece assustar a Rússia, mas não se sabe até que ponto a OTAN poderá ampliar seu apoio à Ucrânia com envolvimento militar. Agora que a sensatez já foi sacrificada, ninguém sabe como vai acabar o conflito e que rastro de destruição deixará.
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