A irregularidade da precipitação pluviométrica é uma característica dominante do Semiárido nordestino e a seca um fenômeno recorrente e cíclico de escassez aguda. Todo mundo sabe disso. E desde Celso Furtado, o que se pede é uma estratégia para desenvolver a região dentro das suas características, estruturando uma economia competitiva e sustentável: reestruturação produtiva, inovação tecnológica, gestão dos recursos hídricos, e reorganização fundiária. Além disso, pensava Celso, promoção de um movimento organizado de emigração de parte da população para áreas úmidas do Nordeste. Não se pode acabar a seca, mas é inaceitável que se mantenha a população de 20 milhões de habitantes eternamente dependente de transferências de renda e de ações emergenciais, numa economia que continua frágil e atrasada. Em todo o Nordeste, segundo Cícero Péricles de Carvalho, 8,25 milhões de pessoas, a esmagadora maioria residente no semiárido, recebem aposentadoria do INSS e 7,04 milhões contam com a Bolsa Família. Agora, na seca, volta a SUDENE e a presidente da República com as velhas soluções hídricas isoladas e com as adicionais medidas compensatórias de sempre. Ah! Mais desta vez? Milagre? A população não precisou fugir da seca e esperar a volta da Asa Branca. Agora o sertanejo tem o dinheirinho da tia Dilma. Dá pra comemorar?

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