A Opinião de Revista Será? desta semana, considerando a gravidade da fato histórico que vem representando as Manifestações Urbanas no Brasil, será um debate entre os Editores gravado em vídeo.
Parte 1
Parte 2
Conselho Editorial
A Opinião de Revista Será? desta semana, considerando a gravidade da fato histórico que vem representando as Manifestações Urbanas no Brasil, será um debate entre os Editores gravado em vídeo.
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Para um bom entendedor nem milhares de palavras bastam. Jornalista, Sociólogos, Cientistas Sociais, Políticos com mandato ou não e até a turma dos botequins e das barbearias “repercutem” a pergunta que não quer calar, me perdoem usar a expressão vulgarizada, batida:
– O que significam as manifestações?
Nem os manifestantes poderiam responder, creio.
Abordo um aspecto, no entanto, antes que Sérgio Buarque o faça e eu perca a vez, se bem que Luiza Freitas, em brilhante reportagem no NE10, o portal do Sistema JC tenha levantado a lebre.
O título que ela usou é “E agora?”
Nas últimas manifestações a tal violência ocorreu no fim das manifestações.
Na primeira, sobretudo em São Paulo foi no início, durante e no fim.
Depois, agora, os manifestantes seguraram a paz, até quando não tinham mais para onde ir, ao chegarem em algum lugar.
Ai o pau quebrou com evidentes provocações de “pequenos grupos de vândalos”.
Estes jogavam para cima fogos de artifício, pedras e variadas palavras de ordem e outras de baixo calão, até mesmo para que caíssem nos capacetes pretorianos.
Seria apenas a frustração de final de festa?
“Todos estão indo comemorar ou repousar, e nós para onde vamos. Acabou?”
As lideranças políticas, na moita. Dizem que o Primeiro Ministro Luiz Inácio mandou acabar com a tal Onda Vermelha que alguns aloprados pretendiam fazer surfar nas passeatas.
Um querido jovem, amigo de minha família, persistente militante do PSTU, inteligente e culto, parecia perplexo, no Face, por causa da reação a uma camisa que vestia com a marca do seu Partido.
Por falar em Partido, alguém poderia pedir que se colocasse nos Manuais de Redação que Sigla não é sinônimo dessas agremiações, sendo apenas acrógrafo, acrograma.
Por tergiversar, com licença de José Teles, volto ao tema.
Quem joga sinuca ou bilhar já viu a bola ir na da vez, na boca da caçapa, e a atingida permanecer impávida e a branca voltar.
Paulo Cesar B de Faria exímio sinuqueiro e metido a físico disse-me, anos atrás, no British Town Club, que a da vez absorvia a energia da branca e a mandava de volta. Se ela pensasse ficaria puta da vida, frustrada, como devem ficar os tais pequenos grupos radicais, sem tempo, nem ideologia, experiência; sem objetivos finais e específicos, que os fizessem pensar.
Minha experiente paranoia lembra Hitler em Munique, os semidemocratas sul-americanos, os que empolgam a geleia geral da revolta sem fado definido e soluções tentáveis.
Empolgam e assumem o poder até mesmo no voto.
Isola, pé- de- pato. mangalô três vezes.
E pur Si Muove!!
Parabenizo Será pela escolha de oferta de uma discussão do Conselho Editorial, em vez de um texto único fechado. Como colaboradora da revista, fiquei contente.
De entrada, digo que estava longe de adivinhar o que ocorreu. Não tenho bola de cristal e mesmo se utilizasse simulações como metodologia, o cenário não me apareceria, creio. Mas, nascida e residente neste país e na cidade do Recife, andando de ônibus pelo menos uma vez por semana, ainda que não seja, felizmente, obrigada a isto, por questões econômicas, (o que é só um detalhe) e vivo indignada com a cena urbana e com a gestão do espaço público de uma maneira geral. Por isso, mais do que o estupor que a maioria dos comentaristas dizem ter sentido diante do atual fenômeno, o que eu senti foi um grande alívio: Finalmente alguma coisa se move!
Na minha indignação, tenho ficado isolada tanto aqui, no Brasil como na França, onde a imagem do Brésil BRIC foi vendida com grande eficácia. O tudo é agravado por um certo darwinismo sociológico – que grassa, sobretudo, entre os progressistas – segundo o qual estaríamos sempre em transição, evoluindo. Portanto, dizem, não podemos esquecer os avanços e conquistas feitos e em curso, para não provocar o retrocesso.
É verdade, morro de medo, sendo filha de uma geração, na qual mesmo pessoas que viveram apenas meus 62 anos, tiveram a má sorte de viver sob duas ditaduras neste país e ainda de morrer sob uma delas.
Será que por isto devemos calar? Não devemos atiçar as forças revanchistas da direita, sempre de plantão, para não atrapalhar a consolidação desta jovem democracia recém-conquistada. Que donzela frágil e cavilosa !! Parece até a personagem do conto infantil de Andersen: A princesa e a Ervilha.
Ficamos reféns da fragilidade desta princesa, que não aguenta nenhuma contestação, quando, ao contrário, com esta deveria fortalecer-se.
Por isto, gostei de ouvir o reconhecimento de que o PT anestesiou os movimentos sociais. Mas não foi só ele, até porque ele não é o único partido no poder.
Concordo com as análises de Sérgio Buarque sobretudo no que diz ser a superestimação, quase deslumbramento, eu me permitiria dizer, dos dois colegas de mesa, sobre os efeitos das mídias e redes. A internacionalização de movimentos, ocorreu mesmo sem internet, o PC ( Partido Comunista) estalinizou-se desestalinizou-se; AP virou marxista-leninista e o PC do B apoiou Mao e depois Enver Hoxha, o grande timoneiro. Como bem diz Sérgio, falávamos muito mais em Vietnam do que falam os jovens internautas hoje sobre qualquer outra parte do mundo.
A interpretação de Claudio Marinho, a partir de um legítimo esforço de leitura visual, com afinco à estética e ao grafismo, não coincide com o que me dizem meus alunos de artes visuais, muitos dos quais fazedores de vídeos e conectados 24 horas por dia ao facebook. Esta inversão da fórmula modernista, ou seja, de que “a função seguirá à forma”, estribada em Macluhan, não me convenceu. Preciso ler e refletir mais, talvez. Quanto à utilidade da literatura francesa, na esteira de Debord da sociedade do espetáculo realmente duvido.
Mas, são, sobretudo, dois aspectos dos vários comentários que tenho lido e ouvido – e não apenas desta mesa editorial – que me deixam pasma. Tratam, ao meu ver, de questões imbricadas. Uma delas é o distanciamento – quando não o desprezo, que não foi o caso desta mesa – em relação aos atores dos movimentos. Um dos comentaristas bem pensantes do PT utilizou a expressão povaréu. Na condição de povaréu, adorei. Nesta mesa, usa-se o termo eles, esses jovens. Na condição de sexagenária, adorei o lifting gratuito.
Por que eles? Os outros? Não há estagiários, filhos, estudantes, gente próxima de vocês? De onde vocês estão falando? De que observatório? Toda neutralidade de cientista politico passa necessariamente por um belvedere, escolhido e assumido. Não é cobrança, é estranhamento.
Ligo esta distância, com posicionamentos recorrentes em relação à classe média: seja à velha, seja a tal nova. Por exemplo, no caso desta mesa, em alguns momentos, houve referência aos mauricinhos de Casa Forte. E algo como:
Esta juventude classe média contra a qual tivemos preconceito de esquerda.
Quem teve preconceito de esquerda contra a juventude de classe média? E Ibiúna? E todo o movimento estudantil de priscas eras? A UNE, era formada por jovens proletários? Qual a origem social dos quadros de AP e demais organizações como Libelu ( Liberdade e luta)? Por que só a nova classe média, ou seja, os recém-ingressos nesta classe, graças às políticas de “incruzão sociar” seriam exigentes e iriam às ruas?
Dá para perguntar: Onde moram os debatedores? Quem tem legitimidade para reivindicar o que? Parece que, ou se fica como Chauí, a xingar a classe média ou, ao contrário, esta classe é bem vinda porque politizou-se. E nós, somos estes intelectuais manheiminianos, desprovidos de laços de classe? Ou desvencilhamo-nos das ideologias de classe, após efetivarmos a velha ruptura epistemológica althusseriana, à la Chauí?
Eu, como membro das velhas classes médias, afetada em minha qualidade de vida, acho sim, que tenho direito de protestar sem, ser por isso tachada de reacionária às políticas inclusivas.
Nem todos os que faziam e fazem greve nas universidades tinham ou tem os mesmos interesses. Todos os movimentos sociais ou ações coletivas, mesmo quando vinculadas a uma reivindicação especifica mobilizam atores com interesses diversos e por vezes, opostos. Quem milita ou militou, bem sabe disso.
Acabo de receber de uma ex-aluna a informação sobre o movimento em Montreal. Aliás, o fenômeno de imigração da juventude classe média brasileira para o Canadá, por si só, valeria um reflexão
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1296177-em-montreal-manifestacao-reune-150-em-apoio-a-protestos-no-brasil.shtml
O melhor dessa revista é isso: podermos debater com leitores e colaboradores com os quais nos aproximamos de uma melhor compreensão, sobretudo quando se trata de um fenômeno político-social tão inusitado como o que estamos vivendo nessas duas últimas semanas de manifestações de rua. O cientista político a que eu me referia sem lembrar o nome, ao final de nossa Opinião/Debate/Vídeo da última sexta feira, Werneck Vianna, que previu ainda na fase de campanha eleitoral que, qualquer que fosse o candidato eleito, haveria uma participação maior da sociedade civil, engessada e cooptada nos oito anos do governo Lula, acertou nas suas previsões. Agora, ouço-o com a atenção que sua lucidez analítica merece quando diz (aqui, cito trechos de sua entrevista no IHU On-Line):
“Temos que procurar as origens desse processo, que mal começou, nessa forma de relação entre Estado e sociedade, entre política e sociedade. A hora da política está chegando e, com ela, a da remoção das instituições e práticas nefastas que a têm degradado, tal como nesta forma bastarda de presidencialismo de coalizão sob a qual se vive, engessando a moderna sociedade brasileira no passado e no anacronismo destes novos coronéis da vida republicana.
Por outro lado, é preciso considerar que esse país tem passado por mudanças muito significativas na sua composição social, na sua demografia, na sua estrutura de classes. Há uma nova classe média, não a classe dita “C”, relacionada a esses programas governamentais, como o Bolsa Família. É uma classe média dos novos serviços, das novas ocupações, que é muito diferente das classes médias tradicionais, tal como havíamos conhecido. Trata-se de uma classe média de um novo tipo. E ela está sem perspectiva quanto ao seu projeto de vida. Além do mais, os setores baixos dessa classe média estão cultivando um ressentimento muito grande. Este ressentimento se manifestou na raiva com que essas manifestações se deram.
A falta de participação dessa geração na política é algo que chama a atenção. Por outro lado, a busca por reconhecimento social desses grupos emergentes das classes médias é muito forte e o tema do reconhecimento é muito associado ao tema do ressentimento. As pessoas querem ser reconhecidas, querem que sua dignidade e identidade sejam respeitadas, legitimadas. O tema do reconhecimento, por um lado, e o da participação política, por outro, foram o combustível dessa movimentação.
Essa geração jovem se pôs no mundo e está aí a sua marca: fora as redes sociais, não há nada que a esteja organizando. 2013 pode ser o começo de uma cena nova, significando a entrada dessa geração na política institucional brasileira.”
AS ” PASSEATAS DE PROTESTOS” NO BRASIL E UMA BAGUNCA.
AS PESSOAS EDUCADAS E CULTAS ( PESSOAS DE BEM) QUE PARTICIPAM NOA DEVIAM PERMITIR QUE OS VANDALOS E OS BADERNEIROS ” PARTICIPASSEM “.
OS PARTICIPANTE ( PESSOAS DE BEM), DEVIAM DAR “PORRADAS” NAS MAOS DOS VANDALOS E EM TODO CORPO DOS BADERNEIROS.
DEVIAM REMETER OS VANDALOS E OS BADERNEIROS , PARA FICAREM ” HOSPEDADOS” POR VARIOS DIAS NO HOSPITAL DA RESTAURACAO.
NAO PRECISAM DA POLICIA MILITAR.
ALIAS, A POLICIA MILITAR SO PARA PRENDE-LOS.
SABEMOS QUE , QUANDO OS POLICIAIS VAO DAR “PORRADAS” , NAO QUEREM SABER QUEM E QUEM, APANHA OS EDUCADOS E E CULTOS E OS BANDIDOS .
E POR QUE OS EDUCADOS E CULTOS VAO LEVAR “PORRADAS” SENDO INOCENTES ?
FALTA INTELIGENCIA NOS PARTICIPANTES.
EU DESCONFIO QUE EXISTE INTERESSE DE UM GRUPO DE POLITICOS PARA PREJUDICAR A IMAGEM DA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF.
INFELIZMENTE , OS PARTICIPANTES CONFUNDEM LIBERDADE COM LIBERTINAGEM.
O BRASIL ESTA UMA BAGUNCA .
OS GOVERNANTES SEM AUTORIDADE E SEM MORAL.
E OS GOVERNANTES RECEBEM SALARIOS MILIONARIOS E NAO TRABALHAM.
E QUEM NAO TRABALHA E RECEBE SALARIO, E DESONESTO.
ISTO E BRASIL , UM ” PAIS” DE TOLOS E DE MASOQUISTAS.
MUDAR ? NUNCA .
ESTAR NO SANGUE E TRADICAO DE PAI PRA FILHOS.
TENHO ” ORGULHO ” DE SER BRASILEIRO.
” AMO ” O BRASIL.
A PROVA ?
EU E MEUS FAMILIARES RESSIDIMOS NA CALIFORNIA, U.S.A. E SOMOS CIDADAOS NORTE-AMERICANOS, POR LEI.
BRASIL / NUNCA MAIS.
SALVO SE DEUS DETERMINAR.
YE, BYE , BRASIL.
HUG.
DEUS DE SAUDE , SUCESSOS E SORTE A TODOS DA REVISTA SERA ?
AMEM.
ABRACO.
ITO CAVALCANTI
CALIFORNIA ,U.S.A..
Pertenço a essa massa que esteve nas ruas, e sim, temos inteligência Sr.Ito Cavalcanti. Não possuo a formação academica e a fluência da escrita como os senhores possuem, infelizmente a educação pública esta falida e abandonada ja faz tempo, bem como a saúde, a segurança e os direitos que nos reserva a nossa constituição.
Se me permitem opinar, vi pessoas de bem nas ruas, em sua grande maioria pais, professores, filhos, estudantes e trabalhadores…sofridos, cansados, humilhados e ignorados.
Um fato de extrema importância no movimento e que pouco foi tratado é que em nenhum momento as manifestações permitiram o asteamento de qualquer bandeira partidaria. Não somente por consciência política, mas principalmente pelo repúdio que esta se entranhando cada vez mais fundo na sociedade em relação ao poder no Brasil, que explora a população e beneficia politicos e empresários corruptos e gananciosos enquanto calam os virtuosos e desejosos de um país e um mundo mais igualitário, sustentável e pacifico!