“Opinião” da semana passada (intitulada “Preso político?”) refutava o caráter político da prisão dos dirigentes do PT, mas afirmava que “Genoíno é um homem de bem e foi um grande parlamentar”, no que convergia com a visão de vários intelectuais e políticos brasileiros sobre o deputado José Genoíno.  Como se pretendesse negar tal reconhecimento, Genoíno teve um comportamento lamentável, insistindo na imagem de preso político e explorando sua enfermidade. Em entrevista de capa na “Isto É”, ele recorre a um falso silogismo para confundir o leitor: “Estou preso porque era presidente do PT. Isso faz de mim um preso político”. Não, Genoíno, você não foi preso por ser presidente do P T. Você foi preso porque, nesta função, assinou documentos de empréstimos fraudulentos, que não tem nada de crime político. Para completar a decepção, Genoíno apresentou como “grave” ou “gravíssima” a sua conhecida doença cardíaca, com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para conseguir prisão domiciliar e para antecipar uma aposentadoria especial do Congresso, antes de ser atingido pela cassação do mandato. Laudos contundentes de duas Juntas Médicas diferentes (cardiologistas da Universidade de Brasília e da Câmara de Deputados) confirmam que José Genoíno tem problemas cardíacos, mas que estes não diferem daqueles que atingem boa parte dos brasileiros com mais de 65 anos. Que é isso, Genoíno? Você não precisava disso. Com esta atitude, mancha a imagem pública que construiu em décadas de vida política e parlamentar.

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