Imagem gerada por fórmulas matemáticas inspirada na Teoria do Caos.

Com a economia brasileira em completa desorganização – inflação, volatilidade cambial (dólar ultrapassou R$ 3 reais) e déficit fiscal – no meio de uma instabilidade política que compromete a base de sustentação do governo, a bomba Lava Jato caiu em Brasília gerando desespero entre os políticos enquanto os nomes não surgem e as especulações aumentam. Pelas informações não confirmadas, os presidentes da Câmara de Deputados e do Senado estariam envolvidos e citados na corrupção da Petrobrás. Numa possível jogada de marketing, para se redimir da acusação, Renan Calheiros decidiu enfrentar o governo devolvendo a Medida Provisória que aumentava encargos sociais de alguns setores. Decisão correta pelo abuso de MPs sem urgência, mas tardia porque a avalanche de Medidas Provisórias dos últimos governos foi aceita e defendida por Renan Calheiros. Além de tardia, a decisão joga mais fogueira na crise econômica, na medida em que rejeita um dos instrumentos do ajuste fiscal, ampliando a desconfiança dos investidores e dificultando a redução do déficit público. Esta combinação perversa de crise econômica e política está jogando o Brasil num abismo de imprevisível desdobramento. O Brasil está sendo desmantelado pela incompetência e voluntarismo do governo, e pela falta de espírito público de grande parte dos políticos. No meio deste temporal, corre nas redes sociais a convocação para uma manifestação pedindo o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. No entanto, por mais que esteja evidente o fracasso do governo e sinais de envolvimento do PT na corrupção que financiou a campanha da Presidente, será que o movimento pelo impeachment não servirá apenas para aumentar o desmantelamento e a fratura política do Brasil? Em que essas manifestações ajudam a enfrentar a nossa crise política e institucional?