Com o governo da presidente Dilma Rousseff cambaleando, agora com o nível de aprovação mais baixo da história do Brasil, o Congresso Nacional, que poderia ou deveria ser o espaço de negociação para construção de alternativas para a crise política e econômica, brilha pela irresponsabilidade e pelo oportunismo. Enquanto a Presidente, tardiamente é verdade, se empenha num duro e inadiável ajuste fiscal, a Câmara de Deputados vem tomando decisões que simplesmente aumentam os gastos públicos que implodem o esforço do ministro Joaquim Levy. Depois da dramática redução do superávit fiscal anunciada pelo ministro, reduzido a insignificantes R$ 8,7 bilhões de reais, em apenas uma decisão, a Câmara de Deputados – regras salariais para várias carreiras do Judiciário – deve provocar um aumento dos gastos públicos de R$ 2,5 bilhões de reais; juntamente com mais duas PECs-Projetos de Emenda Constitucional (que a Presidente não pode vetar), estima-se um adicional de R$ 9,9 bilhões nos gastos públicos. Com o propósito de detonar a Presidente, já com alto grau de impopularidade, o Congresso joga o Brasil no abismo. Generosidade com o dinheiro alheio que, na verdade, não existe e, o que é mais grave, para atender a uma categoria de servidor público muito bem remunerada e cheia de privilégios. Segundo consta, esta foi apenas uma parte da chamada “pauta bomba” que o inefável presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, suspeito de envolvimento na Operação Lava Jato, está utilizando na ameaça e chantagem ao governo. Os parlamentares, incluindo a maioria dos deputados da oposição, que até o ano passado defendiam o ajuste fiscal, querem aumentar os gastos que desmonta as combalidas finanças publicas: atirando em Dilma, acertam no Brasil e ferem gravemente os brasileiros.
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