Eli S. Martins(*)
Piada brasiliense
Collor caiu por um Fiat Elba. Dilma arrisca cair por um Santana.
Escárnio?
A discussão no bar foi aloprada. Como definir o sorriso do marqueteiro Santana e mulher presos assim que desceram do avião vindo da República Dominicana, e levados para o covil de Curitiba? Uns diziam que o sorriso do Santana e mulher era uma zombaria com o povo brasileiro que lhe via na TV. Outros diziam que era nervosismo. E outros ainda, teatro. Ganhou chacota.
Vergonha
O governo está divulgando que é impossível atingir a meta de universalização do saneamento em 2033 previsto no Plano Nacional de Saneamento Básico. Incompetência declarada, diz meu vizinho confeiteiro.
Delcídio está solto
E agora? O que faz o Senado? O que decide a direção do PT? Como vai agir o Planalto? Estas são as grandes questões da semana, pois todo mundo tem medo do senador. E se ele fala? Já deu o recado. Não vai para o covil de Curitiba sem levar outros. O que pode acontecer caso seja cassado e, assim, perca a imunidade parlamentar.
Burrice ao quadrado
Meu companheiro de quarto de hospital, depois de consultar o comportamento dos países em crise nos últimos anos, chegou a uma formidável conclusão: países como Canadá, Estados Unidos e Alemanha, quando entram em crise, ao invés de cortar, ampliaram o orçamento em ciência e tecnologia, e mesmo em educação. Afinal, aí reside a saída da crise. No Brasil nosso governo faz o contrário: corta justo nestas áreas. Eita governo ruim de bola.
Se ficar o bicho pega, se correr…também
O governo primeiro anunciou, depois suspendeu e depois resolveu enfrentar o corte orçamentário. O corte foi a merreca de 23 bilhões. Tudo para fazer uma encenação internacional, na medida em que o ministro da Fazenda está viajando para reunião do G20. Segundo o senador Romero Jucá, aquele que foi líder dos governos de FHC, Lula e Dilma, o governo ainda não entendeu que não adianta lipoaspiração. A solução é uma amputação mesmo. Dos 10 ministérios que a Dilma resolver eliminar, o número não passou de 7. E dos 3 mil cargos comissionados, mal ultrapassou 10%. Ainda temos o ridículo de um ministério para a aviação civil.
Campeões de encenação.
Este é o prêmio que, segundo meu vizinho confeiteiro, deveria ganhar a equipe da tia Dilma. O pessoal não faz nada para mudar de fato a crise econômica, apenas teatro. Pior que a encenação não consegue esconder a inflação e o desemprego. O cabra tá zangado.
Teatro em Brasília
A encenação do combate ao mosquito aedes aegypti chegou ao seu clímax em Brasília. Mas é possível que tenha acontecido em outros lugares. O presidente do Banco Central e o Vice-Governador do DF foram a Brazlândia, uma região administrativa do DF e visitaram uma oficina de automóvel e uma casa vizinha constatando a existência de pneus com água. O dono da oficina e a vizinha levaram um pito registrado pela mídia. Descobriu-se depois que, antes das autoridades chegarem ao local, agentes do governo haviam preparado a cena, colocando os pneus nos locais em que foram encontrados. Teatro de verdade! O governador do PSB, que não estava na cidade na ocasião, mandou abrir um inquérito.
Ainda a encenação
Indo corajosamente ao Congresso, a tia Dilma resolveu enfrentar os reais problemas do Brasil. Mas, apenas de raspão. Escolheu um: reforma da Previdência. Segundo minha vizinha costureira, não passa de mais uma encenação. Quem está disposta a fazer não convida um ministro contrário à proposta para conduzir o processo. Rosseto é um político interessante, mas todos sabem que ele é radicalmente contrário à reforma da Previdência. Para ele, como outros técnicos que separam a Previdência da Seguridade, não existe problema algum.
Perguntar não custa
Por que o STF não continua o processo contra o Presidente da Câmara dos Deputados? Por que não prende os parlamentares do PP e do PMDB?
Procura-se a mosquita
Abriu-se na cidade de Ceilândia, a cidade mais populosa do DF, um concurso para ver quem encontra a mosquita que a Presidenta falou ser a responsável pela Zika.
Camarão
Segundo Bolivar Lamounier, o atual Estado brasileiro merece ser chamado de Estado-camarão, tendo em vista sua cabeça avultada e mal suprida de substâncias culinariamente aproveitáveis.
Desprestígio.
Não tem classe profissional mais desmoralizada hoje que a dos economistas. Mantega ajudou muito com suas previsões escalafobéticas durante todo o primeiro governo Dilma. Ninguém acredita mais no que eles dizem. Quando falam que o País vai zerar o crescimento em 2017 o pessoal já põe a mão na cabeça: depressão na certa! O filósofo tinha razão: a economia é coisa muito séria para deixar nas mãos dos economistas.
Posto Ipiranga
Sem citar o nome, o ministro Ayres Brito declarou recentemente que o Brasil seria outro se os parlamentares tivessem pela Constituição o mesmo apreço que se tem por um determinado posto de gasolina, com resposta para tudo. Segundo ele, a Constituição é materialmente expansiva, contendo desde o parto da onça até as queimadas da floresta Amazônica.
Arrogância humana
Segundo alguns cientistas, se os insetos fossem todos destruídos na terra, a vida no planeta desapareceria. Se os homens desaparecessem da terra, a vida floresceria.
(*)Observador anônimo da política nacional
Esse observador anônimo é sempre muito bom – exceto no ataque aos economistas assim em geral. Quem errou todas as previsões e errou todas as políticas econômicas (macro e setoriais) foram os economistas da turma da Dilma Rousseff e do Mantega, e do “professor da Presidenta”, os chamados heterodoxos. A maioria dos economistas que publicam na grande imprensa acertou sim, avisou em 2014, e até bem antes, que ia acontecer isso tudo que está acontecendo. Até eu avisei, no Facebook, na campanha eleitoral de 2014.
Fora isso, os editores da Será? sempre deviam colocar a chamada para os “Ecos” logo que se abre a revista. Só aparece Editorial, Literatura, e Artigos. E a gente custa a encontrar os “Ecos”.