
Fred Tieken “Bla Bla Bla”.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça do Brasil, são respeitáveis personalidades brasileiras, pela sua trajetória e competência jurídica e, principalmente, pelo cargo de elevada responsabilidade. Ao contrário dos políticos, ávidos e carentes de visibilidade e com a obrigação de direta relação com a sociedade, os ministros do STF devem se destacar pela discrição, pelo silêncio e pelo recolhimento ao ambiente técnico e racional da instituição, brilhando tanto mais quanto menos aparecem. Embora os avanços das telecomunicações tenham aberto ao público os debates e as votações do pleno do Supremo Tribunal, as análises e argumentos técnicos e carregados de sutilezas juridicas dos seus ministros são inacessíveis ao grande público, carentes de apelo popular e de estímulo emocional. Os magistrados são homens públicos pela sua função mas devem exercer suas responsabilidades protegidos das luzes da ribalta e contendo os impulsos da tagarelice e da vaidade. No entanto, nos últimos anos e mais intensamente no momento em que se debruçam sobre temas de grande evidência política, alguns dos ministros do STF passaram a disputar espaços na mídia buscando popularidade e visibilidade; fascinados com as câmaras de televisão e vaidosos com seu prestígio e poder pela vaidade soltam o verbo de forma indevida para sua função pública. Algumas vezes ultrapassando os limites da decência e do equilíbrio como a espalhafatosa e deselegante declaração do Ministro Gilmar Mendes atacando a lei da Ficha Limpa com palavras grosseiras e adjetivos desrespeitosos. O ministro do STF não tem autoridade ou prerrogativa para avaliar a qualidade de uma Lei exceto no que diz respeito à sua consonância com a Constituição. Como qualquer juiz, o ministro do Supremo Tribunal Federal deve se limitar a interpretar a lei e utiliza-la no julgamento dos processos de sua responsabilidade, nunca opinar sobre a sua qualidade e o seu mérito. No momento em que assume o ministério da mais alta corte de Justiça do Brasil, o magistrado não pode sair por aí soltando o verbo e opinando sobre tudo, falando como políico numa indiscreta aparição pública e na busca fácil de popularidade. A tagarelice é incompatível com esta suprema função de ministro da alta corte de justiça do país.
Injustiça citar especificamente Gilmar Mendes como tagarela. Eu gostei muito de uma parte da “tagarelice” do Ministro Gilmar Mendes, quando ele critica a elite do Judiciário nos Estados, que, mediante penduricalhos vários, ultrapassam os tetos de salário. Segundo Gilmar Mendes, esses tais “cometem seus pequenos assaltos”.
É isso aí, Helga Hoffmann! Pasme, os Desembargadores recebem algo como R$ 4300 de auxílio moradia. AUXÍLIO MORADIA! Eu me pergunto: para um país cujo Salário Mínimo é de R$ 880,00 pode um Desembargador, com salário na casa dos R$ 30.000, receber prebenda de R$ 4300?
Gilmar Mendes citou pequenos assaltos, talvez se tratem de grandes…