Editorial

Antes que a opinião pública mundial pudesse respirar aliviada com a distensão política entre os Estados Unidos e a Coreía do Norte, eis que o Presidente Donald Trump soltou novos sinais de fumaça, ameaçando o Irã. Quase ao mesmo tempo em que anunciou a negociação de paz com o ditador Kim Jon-un, Trump rompeu o acordo nuclear assinado com o governo iraniano, pelo qual Teerã renunciou ao desenvolvimento de armas nucleares em troca da suspensão de sanções econômicas. De forma unilateral e intempestíva, como costuma agir, o presidente norteamericano rejeitou mais um acordo cuidadosamente negociado por Barak Obama, e retomou imediatamente as sanções econômicas. Sem sucesso, as grandes potências mundiais, incluindo aliados fortes, como França e Reino Unido, pressionaram o presidente dos Estados Unidos para evitar essa decisão precipitada, que cria novo foco de instabilidade mundial numa, região mais explosiva que a península coreana. Aparentemente, a única estratégia desse presidente, tão poderoso quanto irresponsável, consiste em manter um permanente estado de guerra no mundo, com atitudes e gestos isolados e, quase sempre, na contramão da história. Ou, mais precisamente, destruir tudo que o governo Obama realizou de positivo na política externa: Pacto sobre Mudanças Climáticas, Acordo Comercial Transpacífico, aproximação diplomática com Cubae, agora, o acordo nuclear com o Irã (caso patológico de disputa infantil com o ex-presidente Obama). Embora seja presidente da maior potência econômica e militar do mundo, as atitudes isolacionistas de Trump não chegam, contudo, a acabar com as negociações e os acordos globais, o que vale, inclusive, para o acordo nuclerardo Irã. Nenhuma outra nação acompanhou a posição dos Estados Unidos, de sanções econômicas, e o governo de Teerã confirmou sua renúncia às armas nucleares, aceitando a fiscalização da Comissão das Nações Unidas.