Editorial

A corrida à Presidência da República começou com o registro dos candidatos no TSE-Tribunal Superior Eleitoral, e com a convicção geral de que, apesar da inscrição de Luis Inácio Lula da Silva, a chapa do PT-Partido dos Trabalhadores será encabeçada por Fernando Haddad, já que Lula seguramente será considerado inelegível. São 13 candidatos inscritos. Entretanto, a não ser que um azarão venha a emergir na campanha, como Fernando Collor em 1989, apenas cinco dos postulantes têm chances reais de disputar uma vaga para o segundo turno, considerando a posição conquistada atualmente nas pesquisas de opinião e o tempo disponível de propaganda eleitoral gratuita na televisão. Em quarto lugar nas pesquisas, Geraldo Alckmin leva uma enorme vantagem na exposição televisiva, com mais de cinco minutos, mais do dobro do segundo colocado, Fernando Haddad (apenas dois minutos e meio). O restante dos candidatos, incluindo o atual líder de pesquisa, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Marina Silva, vão se limitar a alguns segundos de exposição na televisão aberta. Além da utilização intensiva das redes sociais, para compensar o pouco tempo de televisão, alguns candidatos começam a perder o senso de responsabilidade, com promessas enganadoras, na expectativa de atrair o eleitor indeciso e desinformado. Ciro Gomes alardeia que vai tirar os 63 milhões do SPC, deixando a ideia de que o governo simplesmente resgate a dívida dos cidadãos endividados. Agora, para rivalizar com o engodo de Ciro, Fernando Haddad, candidato de fato do PT, prometeu isentar de imposto de renda todos os brasileiros que ganhem até cinco salários mínimos (cerca de cinco mil reais) por mês, o que representa quase 70% da população brasileira,  e cerca de um quarto da receita de Imposto de Renda do Brasil. Diante da grave crise fiscal do país, estas recaídas populistas, que representam custos astronômicos e elevada renúncia fiscal, são uma ameaça ao futuro do Brasil, além de um claro desrespeito à inteligência dos brasileiros.  Generosidade que deve representar queda de receita no meio de uma grave crise fiscal. Para compensar, teria que aumentar as alíquotas de quem ganha acima deste nível, mas isto não agradaria à classe média que o PT espera conquistar. Num momento delicado das finanças públicas, estas recaídas populistas – elevação de custos e aumento da renúncia fiscal – são uma ameaça ao futuro do Brasil, além de um claro desrespeito à inteligência dos brasileiros.