A educação no Brasil está entregue às baratas. Ou aos palhaços? Em apenas um ano e meio, o governo teve dois ministros da educação despreparados e militantes olavistas preocupados com a guerra ideológica. E quando parecia que a saída de Abraham Weintrabe poderia trazer um técnico qualificado para cuidar a educação no Brasil, ficou evidente que o nomeado, Carlos Alberto Decotelli, não passa de um inescrupuloso colecionador de títulos falsos. Para quem observa assustado o desmantelo do governo, resta torcer pelos militares, que teriam indicado Decotelli, na sua disputa com o paranóico astrólogo da Virgínia. E o Brasil continua sem ministro da educação. Muito ruim. Ainda assim, é melhor que ter o desqualificado Weintraube à frente da pasta mais importante do país, de qualquer país, e mais ainda do Brasil que se arrasta, há décadas, com uma dramática e lamentável deficiência na formação das crianças e dos jovens, comprometendo o futuro das novas gerações, conservando as desigualdades sociais e inibindo a competitividade da economia. Não custa lembrar que, no ranking do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos realizado pela OCDE) envolvendo 79 países, o Brasil fica muito abaixo da nota média, principalmente em matemática. Em leitura o Brasil está na 59ª posição, caindo para a 67ª em ciências e despencando para o 72º lugar em matemática. O relatório do PISA de 2018 mostra que 43% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível mínimo de proficiência em matemática. Estes resultados sofríveis não são responsabilidade do governo Bolsonaro, mas de décadas de descaso, apesar de elevados gastos nos três níveis federativos. Entretanto, deixar o ministério da educação à deriva ou, pior do que isso, entregar aos ideólogos das trevas que renegam a ciência, como estão fazendo nestes 18 meses de governo, é condenar o Brasil ao fracasso e sacrificar a juventude brasileira à ignorância e às desigualdades sociais. Ora, dirão alguns, esses ideólogos são exatamente os representantes diretos do pensamento arcaico e arrogante do presidente da República.
Um bom editorial. E é importante lembrar nosso desempenho no PISA. Em Editorial sério, ainda mais sobre educação, achei piada de gosto duvidoso escrever errado o nome do Ministro, mesmo um ministro que fugiu para Miami antes de perder seu passaporte diplomático. Nesse assunto estou de acordo com um jovem amigo, Leandro Consentino, que observou: se tivéssemos todos os brasileiros eleitores prestado mais atenção no currículo de Jair Messias Bolsonaro em 2018 não precisaríamos estar discutindo agora todos esses currículos de ministros da educação.