O presidente Jair Bolsonaro saiu desmoralizado da palhaçada armada com a reunião dos embaixadores no Palácio do Planalto para propagar suas narrativas falsas contra o processo eleitoral no Brasil. Não bastassem as reações duras e contundentes do presidente do TSE-Tribunal Superior Eleitoral, do presidente do STF-Supremo Tribunal Federal, do presidente do Senado Federal e da imprensa nacional e internacional, coube ao governo dos Estados Unidos a mais clara rejeição da comunidade internacional. “As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, diz a nota da Embaixada Norte-americana. O silêncio servil do presidente da Câmara de Deputados, o manipulador-mor da República chamado Arthur Lira, é vergonhoso, mas insignificante diante da reação geral das instituições.

Sem citar o nome de Bolsonaro, Fachin mostrou a indignação, criticando o “inaceitável negacionismo eleitoral por parte de uma personalidade importante dentro de um país democrático”, e concluiu com um cala a boca: “É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário”. Para acabar com as mentiras, nota da Associação e da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e dos Peritos Criminais Federais afirmou, com todas as letras, que as “urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF, e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas”.

Bolsonaro não vai calar a boca, porque a farsa de fraude eleitoral é parte dos preparativos para o golpe. Ele pode contar com a adesão do Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que vem, reiteradamente, questionando a segurança do voto eletrônico. Tudo indica, contudo, que as Forças Armadas, como instituição de Estado, não estão dispostas a embarcar numa aventura golpista. O que parece confirmado pela recusa dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ao convite para participação da encenação do presidente, num sinal de distanciamento da estratégia bolsonarista. Em todo caso, para barrar as tentativas de quebra das regras democráticas por Bolsonaro, a sociedade e as instituições brasileiras devem se mobilizar, de forma firme a pacífica, na defesa do sistema eleitoral e do reconhecimento dos resultados que serão divulgados pelo TSE.