Por mais um ano, o Brasil ainda terá que suportar a presença de Jair Bolsonaro na Presidência da República, seus desmandos, suas ações irresponsáveis e levianas e suas pretensões ditatoriais. Mas tudo indica que 2022 será o último ano dele no poder. Este é o desejo de Ano Novo da Revista Será? Que, nas eleições presidenciais de outubro, a democracia saiba expelir da política brasileira essa excrecência chamada Bolsonaro, jogando-a para o lixo da História.
Se vamos ainda ter dificuldades e problemas ao longo de 2022, pelo que deve continuar fazendo ou deixando de realizar o atual presidente, o Ano Novo terminará com uma mensagem de otimismo para 2023, com a derrota de Bolsonaro. O que parece altamente provável, considerando a elevada rejeição dos brasileiros ao desmantelo do seu governo. O descontrole patológico de Bolsonaro obriga as forças democráticas do Brasil à vigilância e à serenidade para lidar com suas possíveis tentativas golpistas. Além disso, a sua passagem pelo governo vai deixar um rastro de destruição, fragmentação social e política e desmoralização externa do Brasil, que demandará um grande esforço coletivo para reconstruir a nação.
A saída de Bolsonaro do poder será um grande alívio para o país, mas não garante o início de um movimento de reconstrução da nação, na medida em que padecemos de uma dramática carência de lideranças políticas sérias e competentes. O Congresso está dominado pelo clientelismo, pelo patrimonialismo, pela alienação da problemática brasileira e pela insensibilidade política, e nada indica que deve mudar na próxima legislatura. Além disso, não parece provável que o perverso presidente Bolsonaro seja substituído por um estadista, com disposição e capacidade para a formação de alianças que permitam conduzir as mudanças necessárias à reconstrução nacional. Restam os votos de final feliz em 2022, e feliz 2023.
Parabéns a Revista
Posicionamento e propósito.
Perfeito o editorial. Concordo plenamente
Se o próximo governante terá capacidade de formar alianças para conduzir à reconstrução nacional nao sabemos, porque nao sabemos ainda quem será eleito. No caso de Lula a sinalização de Alckmin para vice é uma baita disposição de dialogo com o centro e mesmo a direita democrática, embora nao morra de amores por ele. Vamos ver. O futuro, a quem pertence?