A comoção geral com a morte trágica de Eduardo Campos ainda estava presente na população brasileira e, principalmente, pernambucana, quando o blogueiro Paulo Henrique Amorim agredia o sentimento popular no seu blog “Conversa Afiada”: “Há 60 anos do suicídio de Vargas – escreveu – o conservadorismo reedita em farsa a tragédia. Ensaia um simulacro de catarse nacional varguista em torno da morte de Campos. Só uma grosseira remodelagem da história poderá atribuir a Eduardo Campo ou a seu avatar feminino idêntica importância histórica”. Para o blogueiro, a comovente e dolorosa manifestação da população e de autoridades políticas do Brasil foi fabricada pela mídia direitista, entenda-se por direitista toda opinião contrária à sua visão de mundo e dos seus protegidos. Tudo não passou de uma farsa, segundo o blogueiro grosseiro e indelicado com os que pensam diferente e pegajoso na louvação dos dirigentes petistas. “Conversa Afiada” (ou fiada?) é uma agressão à inteligência dos brasileiros e uma expressão do ressentimento do jornalista. Como blog, ele tem liberdade para dizer o que quiser mas é inaceitável o seu desrespeito aos sentimentos da sociedade, dos familiares e dos milhares de brasileiros, perplexo com a morte de Eduardo. Cego pela ideologia, Paulo Henrique Amorim não percebe que Eduardo Campos despontava como uma liderança política nacional que poderia quebrar a polarização política (PSDB e PT) que domina o Brasil há décadas..
Ontem, na televisão, assisti uma entrevista de um professor da Columbia University. Ele era especialista em escravidão. Sabia tudo sobre o tema, desde a escravidão da força de trabalho africana, que até meados do século XIX moveu e foi o principal motor da economia nas américas, até as dos dias atuais. Aí é um desenrolar de categorias e tipologias que não acaba mais— assim como a perversidade humana. Escravidão sexual, infantil, doméstica, etc…
Tenho a impressão que este professor indo no blog de Paulo Henrique Amorim vibraria—, como arguto pesquisador que é—, por descobrir mais um tipo sutil e atual de escravidão. Trata-se da Escravidão Moral, aquela em que um intelectual, mesmo sem acreditar ou concordar com o que escreve, uma vez escravo de contratos financeiros, é obrigado a transgredir sua moral – o pouco que resta dela— interior para atacar o alvo do momento.
E, uma vez escravo, é obrigado a viver aprisionado se alimentando e o mais grave, alimentando setores da opinião pública, com excrementos e restos de ideias e calúnias, forjados nos porões da sua mente.
Não penso que a Revista Será? deva se ocupar com este tipo de problema, primeiro por que estaremos lutando contra as poderosas forças da submissão intelectual; segundo por que é, infelizmente, um mal incurável.
Parabéns pelo comentário João Rêgo.
Junte-se à falta de respeito a falta de conhecimento do arrogante jornalista sobre quem foi e o que significou para o povo pernambucano Eduardo Campos. O comentário de Amorim só encontra guarida no seio dos que pensam que a verdade tem dono e na cabeça de quem não entende e não merece a democracia.
Maria Elizabeth: Você tem toda razão quando fala nos que “não entende e não merece a democracia”. Li um comentário de jornalista famoso aqui da província condenando a iniciativa da viúva de Eduardo para proibir o uso da imagem do seu marido para uso político-eleitoral. E foi mais longe acusando a iniciativa como “censura política”! Alvíssaras, Senhor Del Rey, pois evidencia que é um convertido retardatário da democracia, uma vez que prestou serviços a um governo da ditadura militar e duvido que, na época, reclamasse de qualquer tipo de censura ou prestasse solidariedade aos seus colegas que estavam sendo torturados e mortos nos calabouços. Antes tarde do que nunca, pois – não tenho mais paciência para aguentar – hoje proliferam os democratas de ocasião e arraesistas históricos!
Eu já conheço essa historia, do sud-maravilha caçoando, ridicularizando o povo nordestino em geral, temos que acabar com isto de uma vez, temos que deixar de dar cartaz para esses caras, não falar no nome deles e acaboce. Te -mos grandes figuras aqui como: João Rego, Marcos Toledo e tantos, então já passou da hora de mandar essa turma para aquele lugar, basta!