Eli S. Martins*
A maior crise na história da empresa é causada por um partido de esquerda e não pelos “neoliberais” tucanos, nem os ‘entreguistas’ de todos os matizes. Ricardo Noblat, repercutindo editorial do Estado de São Paulo a respeito da situação atual da Petrobrás.
Começaram as apostas
As consultorias politicas Eurasia Group e Arko Advice traçaram as chances de um impeachment da presidente. Em relatório, a Eursaia Group vê uma chance de 20% de Dilma não conseguir completar o mandato, enquanto a Arko Advice viu as chances dobrarem após o Datafolha: se antes a chance era de 15% agora é de 30%.
O fim da política?
Na mais recente sondagem do Latinobarômetro (2013), que capta a desconfiança na América Latina em relação aos políticos a frase “o país é governado para o benefício de todos” era aprovada por menos de 30%, na média do subcontinente. No Brasil, era pior: menos de 20%.
Cristovam e sua tiradas
Por ocasião do lançamento de seu livro O Erro do sucesso, em Cuiabá, Cristovam, impressionado com o que o povo lhe falava nas ruas, declarou: “Eu não acho que a palavra impeachment deva causar arrepios. O que causa arrepio é estar na boca do povo. Silenciá-lo é que seria golpismo”
Dá para acreditar?
Em 2005 Lula declarou que se sentiu traído, que o PT tornava-se um partido convencional, que tinha nascido para realizar mudanças mas estava se acomodando, era preciso refundar o partido. No mesmo momento em que o mensalão era denunciado e um novo escândalo se erguia na Petrobras. Passados 10 anos volta a dizer o mesmo. Quem está enganando quem?
Mentira a vista
Nesta sexta feira a presidenta encontra-se com o marqueteiro de sua campanha eleitoral, o mesmo que criou o Brasil maravilha no segundo semestre do ano passado. Ao invés de tomar as medidas certas vamos ter mais conversa fiada e enrolação. Esta é a forma de enfrentar a crise?
Cala-te boca
Imagine quem fez esta declaração? “Foi uma pena que precisou 3 anos para provar, mas foi uma coisa importante por que o povo brasileiro, pela primeira vez na América Latina, deu a demonstração de que é possível o mesmo povo que elege o político, destituir esse político. Peço a Deus que o povo brasileiro não esqueça essa lição”. Ele mesmo, Lula. Será que o povo esqueceu?
Enquanto isso…
“Enquanto nós caminhamos para ter crescimento zero ou pura recessão, a Índia, gigante emergente, tem expansão acelerada que pode levá-la a ultrapassar a China em crescimento. Isso é resultado da eleição de um primeiro-ministro com políticas modernas que favorecem a competição, a quebra de monopólios, a modernização das estatais e o combate à burocracia indiana.” Fala do Meireles, aquele que deveria ter assumido. E ainda dizem que a culpa é do mundo.
Não há semelhança
Em 2003 Lula teve que adotar medidas liberais na política econômica. Em 2015 a Dilma faz o mesmo. Antes se aceitou muito bem, agora não. Por que? Simples: com Lula o antes era a “herança maldita de FHC”, e ele preveniu a Nação de que seriam necessárias medidas duras. Hoje, o antes de Dilma é ela mesma, e durante a campanha fez o contrário de seu líder, disse que não faria ajustes econômicos. Baita diferença.
Coincidências?
Características comuns a Dilma e Collor que sofreu um impeachment em 1992. Ambos são autossuficientes, arrogantes e autoritários. Estas personalidades têm enorme dificuldade de compreender o que se passa ao seu redor, quando os eventos não lhes são favoráveis.
A plateia será idiota?
Segundo Datafolha 77% acha que Dilma sabia da corrupção e 52% que ela, sabendo, nada fez: “Nunca antes na história do nosso país ninguém combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade como nós.” 60% acha que a Presidente mentiu durante a campanha. Esta senhora continua prisioneira de sua propaganda eleitoral que pintava um país inexistente?
A política do outro
Tarso Genro, um dos mais respeitáveis e preparado militante petista declarou no dia de aniversário do partido: ”Nosso governo tem de começar a falar do cerco político a que está sendo submetido. Isso tem ocorrido em outros governos e, no fundo, está a disputa pelos rumos da economia. É a estratégia dos perdedores que querem fazer com que o governo siga a agenda deles.” O meu vizinho quando soube estranhou: “Como assim, e a política do Levy não era a do Aécio?”
Pulando o muro
Após depoimento à PF o tesoureiro do PT divulgou uma nota na qual diz “há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal”. No entanto, quando a PF chegou em sua casa, e tocou a campanhia ele não abriu a porta, embora a PF tivesse em mãos um mandato judicial. Os policiais tiveram que pular o muro e leva-lo a força para a delegacia. Na mesma nota diz que “o PT não tem caixa dois nem conta no exterior”. Dá para acreditar em algo dessa fonte?
A Graça não serve mais
A verdade é que, curiosamente, a presidente teve mil motivos para afastar a presidente Graça e toda a diretoria da Petrobras ao longo deste último ano, mas resolveu fazê-lo no único momento em que a diretoria toma uma decisão correta: o reconhecimento de perda de ativos e prejuízo de R$ 2,5 bilhões pelo caso das refinarias do Maranhão e do Ceará. Dizendo a verdade, não serve.
Fala Josias
Josias de Sousa é um colunista arguto e “frasista” de primeira. Veja alguns de seus comentários recentes. “A gestão Dilma é mais suicídio do que morte natural. É mais uma imolação do que um mandato. Dilma é movida por objetivos instintivos e paradoxais. Virou uma caricatura da gerente de Lula. E se auto atribuiu a missão inconsciente de desnudar a ineficiência. No gogó Dilma continua a ser a gerente mais maravilhosa que Dilma já viu. Ela denuncia a incompetência cometendo-a”. Vale a pena ler.
Nem na ditadura se fez isso
A escolha dos membros da Mesa ocorreu em reunião realizada na casa de Renan. Além do presidente do Senado, participaram da articulação os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Pimentel (PT-CE), Romero Jucá (PMDB-RR) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL). No dia da eleição o PSDB e o PSB foram excluídos. Fala de Luiz Henrique no Carpe Diem em Brasília: “Nem na época da ditadura eu vi isso”.
Gastão Lagache
Segundo alguns comentaristas políticos o governo fez uma opção pela trapalhada. O candidato do PT foi fragorosamente derrotado na Câmara dos deputados, e no Senado o PT deu a vitória Renan. Fruto da ação dos dois patetas do Planalto: Freddy e Pepe. Tá faltando o Gastão Lagache para formar o trio.
Reforma política
Por obstrução do PT, a Proposta de Emenda à Constituição da reforma política estava parada há mais de um ano na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O novo Presidente da Câmara dos Deputados, botou o processo para andar criando uma comissão especial para examinar o assunto. A reforma tão desejada pela sociedade brasileira arisca sair pelas mãos dos conservadores, já que o PT em 12 anos não conseguiu produzir nada.
Dilema shakespeareano.
O escândalo na Petrobrás, descoberto pela Operação Lava Jato, tem sua existência em 2005. Um dilema para a presidente da República. Ficou na frente da Petrobrás como presidente do Conselho desde 2003. Cumplicidade ou leniência?
Renan agradece
Renan só tem a agradecer ao PT. Graças aos seus votos foi reeleito presidente do Senado. Como este partido pode sustentar um discurso de ética?
Trapalhada
A votação para a presidência da Câmara mostrou o quanto os dois patetas do Planalto são risíveis: perderam as eleições, quase 50 defecções, nenhum representante na mesa, e uma Câmara ressentida. Pior era impossível. Ninguém poderia imaginar que teríamos saudades da Ideli Salvati.
*Um observador anônimo de nossa política.
Impedimento é como bomba atômica. Está lá, mas é melhor que fique guardada. Mais ou menos, com outras palavras, FHC disse nos tempos de Collor. Melhor esperar quatro anos, apoiar Levy, o que- surprise!- os tucanos não estão fazendo e voltar às urnas, penso eu.