Editorial

Passado o carnaval, o Brasil retoma agora a vida política, econômica e social. Com os festejos tão cedo e um ano bissexto, 2016 será um ano longo, para sofrer mais ou para purgar suas mazelas econômicas, políticas e sociais. Considerando o que recebeu do ano passado – desmantelo econômico, imobilismo do governo, crise de governabilidade e total desconfiança da sociedade – 2016 será um ano bem complicado e bastante difícil para os brasileiros. Mas promete muitas emoções. Janeiro já mostrou que a economia vai continuar ladeira abaixo e que a inflação persiste com dois dígitos, puxada principalmente pelos alimentos que penalizam mais a população pobre.  Como se não bastasse esta situação dramática do Brasil, iniciamos o ano com a ameaça crescente do odioso invertebrado chamado Aëdes aegypti e seus diferentes virus que molestam a vida dos brasileiros e denigrem a imagem do Brasil no mundo, já tão maculada pelos escândalos denunciados pela Operação Lava Jato. As emoções virão por conta da muito provável desestabilização dos presidentes das duas Casas do Congresso, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, ambos investigados por corrupção, e de novas denúncias contra as grandes lideranças do PT, incluindo o mito Lula, e do governo federal. Se o movimento pelo imepachment da presidente Dilma Rousseff arrefeceu desde o ano passado, tudo indica que a insatisfação dos brasileiros com a crise, a inoperância do governo e a alienação da grande maioria dos políticos (a la Maria Antonieta) levará a novas manifestações de protestos e indignação social de desdobramentos imprevisíveis. Acabou a folga concedida pelo calendário ao governo e aos políticos desde o Natal. Assumam as responsabilidades que o povo brasileiro, equivocadamente, depositou nas mãos de V. Excia., elejam novos líderes, negociem com compromisso público e definam uma estratégia para a reconstrução do Brasil. Ou então, peçam licença e se recolham às suas mediocridades.