O último final de semana foi marcado por tumultos nos caixas eletrônicos, pelo grande afluxo de beneficiários do Programa Bolsa Família – hoje, 12 milhões de famílias, 3 vezes o que era o Bolsa Escola quando o programa foi criado no governo FHC – em face do boato de que teriam até aquela data para retirar seus benefícios porque o programa seria extinto. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, divulgou no Twitter que os boatos sobre o fim do Bolsa Família devem ser creditados à central de notícias da oposição. Leviandade sua essa afirmação. Ao fim e ao cabo, quem tirou melhor partido do boato foi a presidente Dilma Rousseff, reafirmando, na sua disfarçada campanha eleitoral no périplo de inaug urações Brasil afora, o compromisso da continuidade do programa. Sem entrar no mérito do Programa Bolsa Família (haveria divergências entre os membros do conselho editorial dessa revista), esse é seu ponto vulnerável: como não é uma política institucional incorporada à constituição do país, como a Aposentadoria Rural e outras políticas sociais (e nem deveria ser, dado o seu caráter contingente), mas sim um Programa de Governo, haverá sempre um pai ou uma mãe a tirar dele proveito eleitoral.

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