O fantasma do desemprego mobilizou as maiores manifestações dos trabalhadores em todo mundo neste Primeiro de Maio de 2013, particularmente na Europa, com assustadoras taxas de desempregados. Em várias cidades, o Dia do Trabalho foi marcado por confrontos dos sindicalistas com a polícia e mesmo atos de violência contra instituições financeiras, reflexo da angústia e da frustração dos milhões de jovens desempregados. No Brasil, o mote dos trabalhadores e sindicalistas, assim como dos políticos, foi outro, bem diferente, mas não menos assustador: a inflação, que corrói o salário do trabalhador e desorganiza a economia. Do pronunciamento da presidente Dilma Roussef aos discursos dos líderes sindicais e dos políticos, do governo e da oposição, das promessas de rigor no controle ao aumento de preços às críticas da leniência do governo, a inflação foi a estrela da festa. Mesmo porque o desemprego está baixo e vem ocorrendo aumento real de salários, ao contrário do resto do mundo. No entanto, este quadro favorável pode desmontar rapidamente se o governo perder o controle da inflação e persistir com o diagnostico errado que leva a medidas ineficazes. O fantasma pode então virar um dragão e o Brasil perder uma conquista de vinte anos atrás que criou os fundamentos da nova economia brasileira.

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