O grande estadista e humanista Nelson Mandela, seguramente a mais importante personalidade do século XX, deixou uma mensagem e uma marca profunda na consciência da humanidade: a força da tolerância e da negociação como instrumento para transformação política e social. Com a sua dignidade, firmeza de caráter e convicção política, Nelson Mandela saiu da prisão para liderar a transição segura da África do Sul do sistema político mais violento e racista para uma democracia política e racial, evitando uma sangrenta e destrutiva guerra civil. Com o slogan “Um homem, um voto”, Mandela insistia em cada momento das negociações que a África do Sul pertencia a todos que vivem no território, brancos ou negros. E como primeiro presidente da República pós-Apartheid, Mandela construiu os fundamentos de uma nação democrática e multirracial na África. O estadista e humanista, combinando ousadia, dignidade, visão de futuro e profunda responsabilidade política, enfrentou, ao mesmo tempo, o governo repressivo de minoria branca e os segmentos mais radicais e intolerantes da militância negra que, não aceitando acordos, levariam ao confronto e à guerra civil. Seu pronunciamento quando estava saindo da prisão, em 1990, foi um recado emblemático para a nação e para os radicais dos dois lados: “Nós devemos demonstrar claramente nossa boa vontade aos nossos compatriotas brancos e convencê-los, pela nossa conduta e argumentos, que a África do Sul sem o Apartheid será um lugar melhor para todos”. Ele provou que estava com a razão e liderou a construção desta nova nação.

Conselho Editorial