O ano de 2013 acabou e dou-me conta de que não retribuí à altura o generoso convite de Sérgio Buarque para ser colaboradora de Será. Escrevi apenas um pequeno texto, comentando um filme. Começo, então, a sentir-me inadimplente, sentimento desconfortável e que sempre associo à condição de mutuária que fui do finado Banco Nacional da Habitação.
Não faltam ideias de assunto, não faltam motes. Comecei algo sobre o atentado ao edifício Caiçara, dando conta da minha tristeza diante dos escombros e da minha irritação diante das grosserias que li no debate que se instalou sobre a questão. Mas recebi do Instituto de Arquiteto do Brasil, seção Pernambuco, IAB/PE um excelente artigo do arquiteto Tota Maia sobre o assunto. Então achei que já não teria mais o que acrescentar ou muito pouco.
Ando cada vez mais temerosa em relação ao que dizer e escrever quando sei que minhas palavras atravessarão o saguão da esfera privada para a pública. Mas, na urgência de fazer face à tamanha inadimplência, decidi, conforme intitulo o texto, enviar uma mensagem aos amigos e leitores em geral. Mas por que moderno e não novo?
Quando o moderno era novo
Nasci na década de cinquenta, quando a arte moderna era ainda novidade. Digo ainda porque, na verdade, na década de cinquenta, a arte moderna, originada na Europa do entre-guerras já era mais que balzaquiana. Em Pernambuco, por exemplo, mesmo antes da semana de 1922, já havia um movimento precursor do modernismo representado pelos jornalistas Aníbal Fernandes e pelos irmãos Rego Monteiro – José Joaquim, Vicente e Fédora. Educados em Paris haviam assimilado as ideias vanguardistas e com suas exposições agitavam os meios recifenses. Em 1923 Joaquim Rego Monteiro, que vivia praticamente na Europa, passou uma temporada em Recife, ocasião em que Joaquim Cardozo o encontrou. (1).
Ao modernismo literário e das artes plásticas, testemunhado em publicações como a Revista do Norte, ao longo da década de vinte, logo veio somar-se a modernidade das edificações recifenses. Em 1931, Georges Munier projetava as casas de arquitetura purista, localizadas na Rua Bispo Cardozo Aires no. 467 e no. 461 e na Avenida Visconde de Suassuna no. 293 e 323. Porém os exemplos residenciais da nova arquitetura mantem-se raros; são sobretudo as obras públicas que se caracterizam pelos projetos vanguardistas, a partir da contratação do arquiteto Luiz Nunes pelo governador Carlos de Lima Cavalcanti.
Diplomado no Rio de Janeiro, Nunes, ainda estudante, encontrara Le Corbusier, quando este veio ao Brasil pela primeira vez. No Recife, assumiu a diretoria da Secção Técnica de Engenharia e Arquitetura – STEA da Secretaria de Viação e Obras Públicas, que, em agosto de 1935, foi dividida em diretorias técnicas especializadas, entre elas a Diretoria de Arquitetura e Construções – DAC . Chefiada por Nunes, a DAC executou uma série de projetos, em muitos contando com o paisagismo de Burle Marx e com o cálculo de Joaquim Cardozo, muitos não construídos, muitos não concluídos. De 1934, destacam-se a Escola de Anormais, projeto para o programa de saúde mental dirigido pelo psiquiatra Ulysses Pernambucano e a Usina Higienizadora de Leite, na rua Dr. José Mariano,que se destinava a um programa de saúde pública desenvolvido pelos médicos Décio Parreiras e Josué de Castro, com cálculo de Joaquim Cardozo, na estrada de Água Fria. No ano seguinte, Nunes projetou o Entreposto de Pesca e Mercado de Peixe, não construído, o Restaurante Popular Desmontável e a Escola Rural Alberto Torres. A DAC foi fechada, reaberta e renomeada como Diretoria de Arquitetura e Urbanismo – DAU, (2) órgão que realiza entre 1936 e 1937 cerca de 30 projetos.
A partir de 1938, a paisagem urbana recifense é marcada pela abertura da Avenida Guararapes, inicialmente chamada de Dez de Novembro. No projeto de Nestor de Figueiredo para abrigar o novo centro de negócios, com escritórios, lojas, cinemas, institutos de aposentadorias, seguradoras, a paisagem edilícia tem características um tanto anacrônicas, com um tipo de ocupação novecentista europeu. A arquitetura que se segue é muito desigual, mas, no conjunto, e, talvez seja verdadeiro para toda década de quarenta, estamos longe da ousadia dos pioneiros do DAU (3).
Quando o moderno ainda era novo e contemporâneo
Criança, passei muitas tardes no consultório de meu pai, no Edifico Sulacap. Impressionava-me o percurso que fazíamos sob as marquises para chegar até a porta do edifício, uma passagem pelo café Savoy ou para chegar até a banca de revista da esquina, andando sob um teto que me parecia altíssimo, longínquo. Na massa um tanto ao quanto homogênea e pesada das edificações, vistas da avenida ou da janela do consultório, meus olhos infantis e ignorantes não conseguiam distinguir valores. Preferia o edifício da antiga estação rodoviária, cujo restaurante parecia-me muito chique, bem como as edificações de Luiz Nunes que faziam parte de meus trajetos cotidianos como o Hospital da Brigada Militar, 1934, o pavilhão de Óbitos, ambos no Derby ou que via num passeio olindense, como a caixa d’Água.
No entanto, o que mais atraía meu olhar era a modernidade há pouco construída, a modernidade das residências e do comércio, das quais destaco respectivamente : a casa Milton Medeiros, projeto de 1950 do arquiteto italiano Mario Russo, na avenida 17 de agosto, em Casa Forte, e a Camisaria Rialto de 1953 de Delfim Amorim, no bairro de Santo Antonio. E, claro, meu Deus, que frisson ir ao recém- inaugurado aeroporto internacional dos Guararapes projeto de 1958 de Arthur Mesquita, com aquele jardim lindo de Burle Marx e aqueles painéis maravilhosos de Lula Cardoso Ayres! (4) E que impressão me causou o edifício Acaiaca, projeto de Delfim Amorim, também de 1958, com aqueles magníficos azulejos!
Na década de cinquenta, arte e arquitetura modernas já haviam atingido maioridade no Recife. Muitas das obras produzidas, como aquelas realizadas pelo DAU, então já com mais de duas décadas, ainda continuavam jovens, elegantes e distintas da maioria das edificações urbanas. Balzaquiana, quarentona, com mais ou menos qualidade, a produção de arquitetura moderna continuou ao longo da década de sessenta, após a inauguração de Brasilia e até os inicios dos anos setenta, como nos demonstra o excelente estudo de Naslavsky, publicado em 2012 (5).
E agora que o moderno ficou velho?
O valioso patrimônio da nossa arte e arquitetura modernas , apesar de desconhecido do grande público, vem sendo prestigiado internacionalmente desde muito cedo. Nos anos 1940, a exposição Brazil Builds, organizada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), em 1942, exibiu três projetos pernambucanos, dentre eles a caixa d’Água de Olinda e o pavilhão de Óbitos.
Atualmente, com a exposição Modernité plurielles de 1905 à 1970, o centro Georges Pompidou está apresentando pela primeira vez uma história mundial da arte, através de um percurso de mais de mil obras com 400 artistas e 47 países representados. A América Latina ocupa um lugar especial nesta exposição e a obra de Vicente do Rego Monteiro aparece no folheto de divulgação.
O moderno não é mais nem novo, nem contemporâneo, como sabem os estudiosos da área. Mas é um movimento que faz parte de um momento da História Mundial da Arte no qual, o Brasil e nele, Pernambuco, tem um lugar privilegiado. Ora, como mostra o excelente livro de Luiz Amorim (6), estamos vivendo um crescente genocídio cultural do patrimônio modernista, na maior parte das vezes, sem nenhuma justificativa plausível: “Alguns mortos parecem ter tombado em vão, pois sua qualidade suplanta em muito a sombra que o novo derrama”.
Em 1948, Frank Lloyd Wright projetou V.C Morris Gift Shop com uma rampa em espiral a exemplo da do Guggenheim. A lojinha é o único projeto do arquiteto em São Francisco, fica na Maiden Lane, num lugar bem discreto, até difícil de achar e resiste até hoje, pois é em si um atrativo para os visitantes da atual Xanadu Gallery. Mutatis mutandi a escada da Rialto tinha o charme da rampa wrightiana. Por que, apesar de ocupar um disputado terreno de um centro de uma cidade caríssima, a obra de Wright permanece, enquanto aqui já derrubamos obras de Niemeyer e outras tantas? Por que a reforma infeliz para empurrar uma agência bancária casa a dentro destruiu a residência Milton Medeiros?
A CONSERVAÇÃO DO_ CO_MO_MO: Missão impossível?
Na verdade, a conservação do movimento moderno é uma batalha. Há mais de quinze anos, um dirigente do Patrimônio na França dizia que ninguém teria coragem de derrubar a igreja de Notre-Dame de Paris, mas obras modernistas que teriam o mesmo valor que a catedral medieval importantes estavam ameaçadas de demolição. No final dos anos oitenta muitas obras primas do modernismo em várias partes do mundo haviam sido demolidas ou atingidas por reformas inadequadas. Face a este grave quadro, foi criada em 1988 a ONG Documentation and Conservation of the Modern Movement DO_ CO_MO_MO International por Hubert-Jan Henket, arquiteto e professor, e Wessel de Jonge, arquiteto e pesquisador na School of Architecture at the Technical University in Eindhoven, the Netherlands.
A ONG tem como missão : vigiar e reagir quando edificações modernistas estiverem sob ameaça, trocar ideias relacionadas com a conservação, tecnologia, história e educação, desenvolver o interesse pelas ideias e herança do movimento moderno e criar reponsabilidade por esta herança recente.
Desde que foi criada, a ONG cresceu num campo mais amplo que o da arquitetura, dada sua natureza interdisciplinar que congrega historiadores, urbanistas, arquitetos, paisagistas, conservadores, restauradores, professores, estudantes, amadores, colecionadores. Até o momento, a organização reúne mais que 2.300 membros na Europa, América, Ásia, Oceania e África e é um organismo assessor do World Heritage Center da UNESCO.
Em 2002, o secretariado do Docomomo International passou para Paris, localizando-se na Cité de l’Architecture et du Patrimoine no Palais de Chaillot e desde janeiro de 2010 está em Barcelona sediado na Fundação Mies van der Rohe e dirigido pela arquiteta e historiadora da arquitetura Ana Tostões, membro do Docomomo Ibérico.
Seguindo os princípios definidos pelo DOCOMOMO International, em 1992, foi criado o núcleo brasileiro do DOCOMOMO, abrigado no Mestrado da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia. Passou depois pela FAU/USP, por São Carlos e pela FAU/USP, novamente e de 2008 até 2013 esteve sediada no PROPAR – Programa de Pós-graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Para o biênio 2014-2015 acaba de ser eleita uma coordenação formada por membros de Pernambuco e da Paraíba. Sou a coordenadora geral, o professor Luiz Amorim, da UFPE, é o secretário e a professora Wylnna Vidal, da UFPB, é a tesoureira. Vamos tomar posse neste mês de janeiro.
As artes plásticas modernistas tiveram em geral melhor aceitação que a arquitetura. Sem dúvida para isto deve contar o fato de que os objetos artísticos em geral com o tempo ganham valor no mercado, são ambicionados por colecionadores ou pelos museus, enquanto no caso dos imóveis, o tempo provoca efeitos diferentes em relação ao valor. O fato é que, quaisquer que sejam as razões, pessoas eruditas, cultas ou com anos de escolaridade hesitarão em dizer que não gostam de Picasso, mas, dizem facilmente que derrubariam edificações modernas, porque estas não lhe tocam. Deixo este tema da apreciação para um outro artigo.
Queria apenas lembrar que mesmo as artes plásticas, no caso de obras urbanas, não são valorizadas, mesmo quando produzidas por artistas consagrados como Francisco Brennand e Lula Cardoso Ayres, como as que se encontram atualmente ameaçadas, em péssimo estado na cidade do Recife. Mesmo uma artista como Marianne Peretti ainda tem obras que continuam anônimas, sem a assinatura desta grande artista, inclusive em Brasília (7).
Nossa missão é tentar sensibilizar um público maior para estas diversas formas de nosso riquíssimo patrimônio, tão reconhecido lá fora. Como todo movimento, o modernismo acabou, mas poderá ser eterno em algumas obras, enquanto, atribuindo-lhes valor, desejemos e lutemos para preservá-las. É um convite que faço aos leitores com meus votos de um Feliz Ano Moderno!
(1) http://www.jornaldepoesia.jor.br/jcardoso4.html . Sobre o pioneirismo da modernidade recifense, leia-se Eu vi o modernismo nascer… foi no Recife, pelo qual as autoras – Guilah Naslavsky e eu, – obtivemos uma menção honrosa, disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.131/382
(2) Maiores detalhes do clima cultural da época, das questões politicas que envolveram o fechamento do DAC, a demissão e recondução de Nunes, bem como sobre a obra deste arquiteto, podem ser lidos na minha dissertação de mestrado de 1983, intitulada “Maestro sem orquestra. Um estudo de ideologia do arquiteto no Brasil 1820-1950”, orientada por Silke Weber, co-orientada por Gadiel Perruci e disponível em http://issuu.com/sonia_marques/docs/mestr; bem como na dissertação de 1988 de Rita de Cassia Alves VAZ. Luiz Nunes: arquitetura moderna em Pernambuco 1934-1937. 142 f. e mais recentemente.
(3) Sobre a abertura da avenida Guararapes edificações como o Trianon e o Art palácio veja-se o guia do Recife arquitetura e paisagismo, organizado por Edileusa da Rocha de 2004
(4) Todas as três edificações foram vítimas de genocídio arquitetônico como demonstra Luiz Amorim no seu excelente livro de 2007, Obituário Arquitetônico. Pernambuco Modernista.
(5) NASLAVSKY, Guilah. Arquitetura Moderna no Recife 1949-1972. , Edição do autor, 2012.
(6) Ver nota 4 acima.
(7) Aproveito para recomendar a todos que corram para não perder a exposição de Peretti atualmente na Caixa Cultural.
Fui escrevendo e achei que ficou longo para um comentário, pois ideias e lembranças foram rolando, mas atrevo-me a apresentá-las, tentando concatená-las.
Foi um dia, ouvi uma palestra de Joaquim Cardoso na Faculdade de Arquitetura de Pernambuco quando ela estava ainda no bairro da Boa Vista, no Recife. Essa tergiversada locacional vai fazer sentido mais adiante, prometo (ou ameaço?).
Fiquei encantado e até hoje uso um conceito que o engenheiro, urbanista, poeta, cronista, nos apresentou: Unidade de Mora- UM -, doravante-.
Entendi que seria o indicador da quantidade de uso de um espaço por transeuntes ou por ficantes. Tipo eu tenho mais Unidades de Mora em Olinda do que no Parque da Jaqueira, no Recife.
Depois de ouvir Cardoso ficamos, eu mais Alete Ramos, em um restaurante próximo, a curtir centenas de aplicações daquele conceito. Eu a havia convidado-a para esse papo em um botequim da mesma rua, o Mustang, onde eu tinha milhares de UM, mas ela não.
Dentre várias especulações examinamos as UM de uma ponte, a Duarte Coelho, que naquela cidade liga os bairros de Santo Antônio ao da Boa Vista.
O Otimista, um pedinte que ali chegava logo cedo, trazido por familiares aproveitadores e que só o retiravam ao ocaso, seria um campeão, com um grande crédito de UM, enquanto quem ia a pé, eventualmente, do referido Mustang ao Savoy, outro botequim de saudosa memória, muito menos, quase nada.
E daí?, perguntaria Sônia Marques.
Acho que as modificações sofridas e por ela apontadas se devem às quase zero de UM, creditáveis à Classe Média que abandonou aqueles espaços eternamente modernos, migrando para outros bairros, modernosos.
A patuleia é que ficou creditando-se após os anos setenta. Nem a tal nova classe média emergente voltou a Santo Antônio, São José, cometendo uma disfarçada apostasia.
A que se deveu o abandono daquelas áreas pelos médicos com seus consultórios; aos advogados com suas bancas; pelos intelectuais com seus trinta mil sonhos ou aos lojistas com as suas grifes?
Saíram por falta de estacionamento, ou pela emergência imobiliária de outros bairros mais “nobres”?
A fuga dos tradicionais Jornal do Commércio e Diário de Pernambuco levou seus repórteres, redatores e focas para longe.
O que ficou para ser vendido na orgulhosa Praça do Sebo, sobretudo após a retirada de ícone Melquisedec Pastor do Nascimento?
Na moderna Avenida Guararapes o Departamento de Documentação e Cultura da Prefeitura, com seu auditório, cabines para ouvir música e o fervilhar de militantes de artes plásticas, teatro, literatura, onde, lá embaixo, Samuel Kreimer insistia, já saudoso, com Marlos Nobre para ele não perder a oportunidade de ir para Europa, ficaram “ambulantes” estáveis.
O fato é que aquela via metida a francesa, os carioca como a Rio Branco, neé Avenida Central virou ponto de ônibus ou e mesmo passagem para outros desses, mais adiante.
Disseram-me, não sei se é verdade, que não há mais missas da Igreja de Santo Antônio.
A tal Classe Média, avoenga ou emergente, dificilmente voltará para lá. Mas há um grande, imenso, número de transeuntes e ficantes com polpudos saldos de UM.
Está na hora de que eles possam fruir dele com qualidade e prazer.
Será a contemporaneidade civilizada do moderno.
Esses podem conviver, manter, gostar de “morar” lá, sabendo até da importância histórica, arquitetônica se lhes for informado e valorizando.
Sem esquecer-se de multiplicar aquelas lixeirinhas vermelhas que a Prefeitura tem e cuja presença tem inibido, onde as há, o “avoar no mato”.
Declaro-me um otimista incurável.
David
Que bom que ideias e lembranças foram rolando para você, talvez, algumas a partir de meu texto!
Transeunte e/ou ficante, moro há menos de cem metros de onde morava quando terminei o curso de arquitetura, para onde ia a pé.
Há uma missa muito bonita na Conceição dos Militares, aos domingos com cantos gregorianos.
De volta do São Luiz, de vez em quando, com fome, morremos no Mustang, apesar da barulheira. Tapo os ouvidos, fecho os olhos e vejo fantasmas. Será que da próxima vez vou vê-lo com Alete? Será?
Um abraço
Sonia
E eu que pensava suscitar comentários sobre o conceito cardosiano de Unidades de Mora e sobre a decorrente sociologia da ocupação do espaço central do Recife!
Ledo engano. Valeu o que há de bom nas reminiscências, minhas e da autora, mas isso é papo pra troca de e-mails ou em botequim, a combinar.
Vianinha, Oduvaldo Viana Filho, exacerbadamente jovem, ensinava que uma boa peça de teatro deveria tratar de assuntos que interessassem a um grande número de pessoas, ao povo, à humanidade> Pouco importaria os ais e ohs do subjetivismo egoísta. Mas um único ser humano vacila e pronto: lá se vão as amplas maiorias.