Uma marchinha carnavalesca de meados dos anos de 1950 gozava uma cidade em que “de dia falta água e de noite falta luz”. Depois de mais de meio século de crescimento econômico, em que o Brasil se notabilizou por sua enorme cadeia de fornecimento de energia hidroelétrica que iluminou os rincões mas afastados do país, vejam onde chegamos! As notícias e as cifras são alarmantes e estão em todos os meios de comunicação. Uma tal repercussão está diretamente relacionada com a crise de água na maior cidade do país. Lá, esperou-se por São Pedro até o último momento. Somente quando não foi mais possível confiar na chuva, deu-se a conhecer à sociedade a gravidade do problema. A novidade é a dimensão da catástrofe e não a maneira de enfrentá-la. Pois assim vêm sendo implementadas as políticas públicas em nosso país: empurrando (com a barriga) para depois (sobretudo se for em época eleitoral) os planos de infraestrutura de médio e longo prazos. Afora a falta d’água nos reservatórios e as suas consequências danosas para toda uma cadeia produtiva do país (onde se sobressai a energia elétrica) e sobretudo para as populações envolvidas, acrescente-se a isso a questão ambiental que subjaz à crise de água. Essa talvez seja a única consequência positiva da crise a médio prazo: à custa da carência de um recurso da natureza que até hoje parecia inesgotável no país do rio Amazonas, do rio São Francisco, do rio Paraíba, eis-nos, habitantes urbanos, sabendo na carne o quanto temos que cuidar da natureza que nos alimenta e nos dá vida.
Postagens recentes
-
O ódio político no Brasilnov 15, 2024
-
Quem mentiu: Trump, Putin ou The Washington Post?nov 15, 2024
-
The Book is on The Tablenov 15, 2024
-
Todo mundo vai ao Circonov 15, 2024
-
Ainda Estou Aqui, O Filmenov 15, 2024
-
Última Páginanov 15, 2024
-
Almodóvar Desdramatiza A Mortenov 8, 2024
-
Trump 2.0 pode incendiar o planetanov 8, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- José clasudio oliveira novembro 20, 2024
- helga hoffmann novembro 19, 2024
- Elson novembro 19, 2024
- Marceleuze Tavares novembro 18, 2024
- Keila Pitta Stefanelli novembro 16, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
A situação não seria de todo crítica que a escassez de precioso líquido que impulsiona as turbinas, gerando a hidro-eletricidade dependesse única e exclusivamente do Ser Humano. As “pegadas hídricas” apontam a agulha da bússola para outra dimensão. Existe enorme desperdício nas atividades agrícolas e industriais. A cartilha editada pela FECOMERCIO de São Paulo em 2011, diz: Ao se contabilizar o gasto de água envolvido em cada uso, se conhece quão intensivo neste recurso natural é cada item. Isto permite realizar“benchmarking”entre diferentes processos e fabricantes e tomada de decisão pelo consumidor consciente. Ainda cita, dentre outros, os gastos com água: 1 kg de carne de frango consome de 3.500 a 3.700 litros de água em todo
ciclo de produção. Olhar os reservatórios baixando o volume de água estocada e não fazer nada passa a ser uma irresponsabilidade social. Nós precisamos saber mais onde essa água toda está sendo gasta e o que faremos para a reposição do “estoque”. A cada poço artesiano perfurado retira-se água que a natureza levará décadas para repor.