Fobia é uma palavra de origem grega (phobia) e significa medo. A psicanálise utiliza o termo para expressar um medo doentio, transtorno de ansiedade, temor ou aversão exagerada. Na linguagem corrente, fobia foi sendo identificada principalmente como rejeição ou preconceito que decorre, por último, de alguma forma de receio a algo ou a alguém. Xenofobia (ao qual está associado islamofobia) contém os dois significados: medo, associado ao estrangeiro, ao que não se conhece; intolerância e preconceito, pela rejeição a comportamentos, hábitos e valores diferentes. E o que é cristofobia? O termo foi inventado pela bancada evangélica, com um projeto de lei que o considera crime hediondo. Se for entendido como aversão ou preconceito, trata-se de um completo absurdo falar de cristofobia num país com esmagadora maioria cristã: de acordo com o Censo de 2010, 86,8% dos brasileiros são cristãos (destes, pouco mais de 22% evangélicos). Ninguém tem medo ou aversão a Cristo no Brasil, muito pelo contrário. Mas os brasileiros, estes sim, devem temer e se preocupar com a posição e as manifestações preconceituosas, fanáticas e intolerantes da bancada evangélica no Congresso, que ameaçam o Estado laico e parecem sonhar com um regime teocrático como o de alguns países muçulmanos.
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Acho que a dicussão semântica é irrelevante. A discussão verdadeira decorre da indignação dos cristãos com a exposição da imagem do Cristo numa situação constrangedora. Os cristãos ficaram surpresos, indignados, revoltados.
Alguns acham que a reação dos cristãos das diversas denominações é exagerada e preconceituosa. Eu acho que não é.
Imaginem qual seria a reação se a figura retratada fizesse qualquer alusão a Maomé.
Devemos lembrar que o fato polêmico desta parada gay de São Paulo não é um episódio isolado. Em outras oportunidades já ocorreram fatos semelhantes, alguns até pornográficos, envolvendo a figura do Cristo ou outras figuras sagradas.
Não sou cristão ou religioso militante. Tenho amigos gays, pessoas a quem muito estimo, mas também não sou militante da causa gay. Logo, ninguém pode me acusar de defender um lado ou outro.
Acredito na democracia responsável, onde cada um pode pensar, falar ou agir do jeito que quiser, mas respeitando os limites impostos pelos direitos dos outros. A democracia só pode existir onde existe respeito às leis e respeito às pessoas.
Respeito é a palavra mágica dessa polêmica. A população LGBT pede e busca, com todo o direito, o respeito pela sua maneira de ser. Estão certíssimos. É justo.
E é por isso mesmo que, para serem respeitados, eles, como qualquer um que busca justiça, devem ter como princípio o entendimento das diversidades, devem aceitar que outras pessoas pensem de forma diferente da sua, que as demais pessoas têm crenças e que certas coisas são sagradas, inatacáveis.
Concordo com seu comentário. Cada um pode pensar e se comportar como quiser, expressar suas opiniões. Mas acinte, grosseria, é condenável para qualquer lado que seja. Sim, em democracia é preciso tolerar diferenças. Mas não creio que o sinônimo de democracia seja tolerância a tudo e qualquer ato. Mas que é complicado, lá isso é. O velho dito de que a liberdade de um termina onde começa a do outro não está dando conta.
Não se trata do entendimento da palavra fobia. Trata-se do desrespeito a figura de Cristo, que representa quase que, a totalidade dos cristão. Liberdade de expressão, é uma coisa, desrespeito é simplesmente rejeitado. Nada contra a opção de cada um; entretanto, tem que haver respeito.
e lamentável que um cara iluminadíssimo esteja na boca desses que usam a boa fe do povo para ganhar poder e dinheiro.
O fato de eu ter empatia com quem fica chocado com certos exageros nas paradas gay do mundo inteiro não quer dizer que eu apoie manifestações em favor de qualquer religião no Congresso. Não se pode juntar religião e estado. O terrorismo islamista tem sua origem, ao menos em parte, no uso da religião como instrumento de luta pelo poder.
Eu lembro que quem melhor articulou em suas palestras a separação entre religião como convicção pessoal e religião de Estado, foi a Marina Silva. Ela argumentou com muita clareza em favor do estado laico, em um país em que há muitas religiões. Ela estava se defendendo dos que argumentavam contra a sua candidatura por ela ser evangélica. O problema não é a religião de um candidato ou de um político, o problema é o uso político que faça de tal ou qual religião. A bem da verdade, não são apenas evangélicos que usam a religião com propósitos políticos.
A questão religiosa vem tomando, como tão antes, ponto central, reduzindo a questão política que ela agrega. O Estado é laico, a jocosidade das críticas devem ser tomadas no contexto de onde elas emanam. Quem se sente injuriado, injuria. A liberdade ter ou não ter religião deve ser salvaguardada legalmente. Quanto às críticas á religiosidade, devem ser reservadas ás críticas a qualquer outro tipo de ideologia. Não aos excessos, mas, quantos que hoje criticam, não foram, pelo menos um pouco, Charlie?
Jesus foi um revolucionário, como homem histórico, como crença é outro enfoque. Como ele, temos outros mártires que devemos respeitar por aspirarem o bem da espécie humana. Ninguém que defende uma causa pode equivaler-se a ele e a outros, se não forem mártires. Claro que no”terreno gay” existem mártires por conta dos preconceitos. Jesus sofreu, morreu defendendo uma nova sociedade, mas não dá para comparar. O que deploro é a exploração “da Paixão de Cristo” para faturar R$. O Movimento Gay poderia buscar uma manifestação artística/simbólica como o “tortura nunca mais” naRua da Aurora.