Editorial

No documento intitulado “A ponte para o futuro” o PMDB propõe reformas para eliminação das vinculações orçamentárias e desindexação de todos os itens que engessam a gestão do orçamento e levam a um crescimento descontrolado dos gastos públicos correntes. Defende ainda a reforma da Previdência com definição de uma idade mínima, de modo a adaptar o sistema às profundas alterações ocorridas na estrutura etária com o envelhecimento da população. Propostas controversas e que provocam reações indignadas de diversos grupos de interesse, mas que são necessárias para restaurar a capacidade de gasto e investimento público, fundamentais para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população. A proposta vai muito além de um ajuste fiscal. Combina medidas de emergência com reformas estruturais, procurando enfrentar as causas profundas do desajuste fiscal e identificando a rigidez na gestão orçamentária que provoca uma elevação descontrolada das despesas governamentais. O fim das vinculações exigiria um novo pacto entre os poderes da república e o PMDB se adiantou nessa mediação, fornecendo a pauta da sucessão. Independentemente dos autores e dos seus evidentes propósitos eleitorais, o documento, pelo acerto de suas proposições, deveria servir como base para a negociação e as discussões em torno da crise fiscal e econômica e das iniciativas para o futuro.