Depois de uma ridícula movimentação de 17 candidatos (um para cada 30 eleitores) e confusas composições eleitorais, parece ter prevalecido o bom-senso na eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara de Deputados. O novo presidente da Câmara derrotou o corporativismo do baixo-clero e a picaretagem corrupta de Eduardo Cunha e quebrou a hegemonia do Centrão, essa massa amorfa e manipuladora que se equilibra entre Cunha e Michel Temer. E ainda deu um chega pra lá no grupo de pemedebistas que se aliavam ao PT para pressionar o governo e barganhar por cargos e vantagens. O resultado pode ser a formação de uma nova base parlamentar do governo interino de Michel Temer menos contaminada pelas negociatas de fatias de poder. Mesmo sendo de um partido do governo interino e defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Rodrigo Maia foi eleito com os votos (no segundo turno) de partidos e parlamentares da atual oposição. Sem eliminar o confronto político e partidário, este voto da oposição resgata o bom-senso no Congresso, isola o grupo de Eduardo Cunha e fragiliza o Centrão. Por outro lado, exige do presidente empossado da Câmara de Deputados uma postura responsável e equilibrada na condução dos trabalhos parlamentares, com respeito pela diversidade de opiniões e interesses políticos e pelo direito da minoria. Em uma fase tão tumultuada, radicalizada e degradada da vida política brasileira, esta eleição para a presidência da Câmara de Deputados parece mostrar que ainda existem homens públicos no Brasil. Poucos e em raros momentos de lucidez, é verdade, mas com despreendimento e disposição para o diálogo, qualidades indispensáveis na democracia.
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Vamos torcer para que a Câmara comece a funcionar com um mínimo de correção e agilidade.
Considerando a bagunça que estava, e o horror de irresponsável que é Waldir Maranhão, a eleição de Rodrigo Maia foi o melhor que se podia esperar. Ainda que eu não seja fã de político que a vida toda só fez política, nem ao menos terminou seu curso universitário: entrou na política e abandonou o curso. O que se pode detectar em seu discurso de posse e de antes da votação do segundo turno.