A reação tem sido a mesma e recorrente acusação de uma grande conspiração da direita armada para destruir o PT-Partido dos Trabalhadores, os representantes do mal e dos ricos perseguindo os defensores dos pobres e dos oprimidos. O Congresso, o Judiciário e o Ministério Público, todas três instituições da democracia brasileira, estariam concominadas para perseguir o PT e, principalmente, o seu líder máximo, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. O Congresso, instância política legislativa formada por representantes eleitos (tanto quanto os presidentes da República), teria dado um golpe com aprovação por maioria esmagadora, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O Poder Judiciário, instância jurídica com a prerrogativa de julgar, de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo Legislativo, estaria perseguindo o PT desde o chamado “mensalão”, perseguição que se intensificou e ampliou mais recentemente com a operação Lava Jato e a descoberta de um poderoso esquema de corrupção na Petrobrás. Até mesmo o Supremo Tribunal Federal, alta corte de justiça que tem mais de 2/3 dos seus ministros nomeados pelos governos do PT (Lula e Dilma), estaria conspirando e perseguindo Lula e seu partido. Basta lembrar que o STF mandou prender vários líderes significativos do Partido dos Trabalhadores, com destaque para o ex-presidente do PT e ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, o “chefe da quadrilha”, segundo a expressão do ministro Joaquim Barbosa, do STF. Parte dessa conspiração deve ser também a declaração do ministro Teori Zavascki, do STF, negando recurso de Lula para desviar processo da operação Lava Jato: “mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações”. Para completar o cerco desta grande conspiração, o Ministério Público, instância autônoma do Estado, formada por procuradores e promotores concursados e encarregados da defesa dos direitos sociais e individuais, da ordem jurídica e do regime democrático, acaba de denunciar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva por corrupção ativa e passiva e por lavagem de dinheiro. Muito estranho que todas as instituições da República Brasileira se mobilizem e organizem na perseguição e demonização do Partido dos Trabalhadores e seus principais líderes. Diante desta “conspiração”, o ex-presidente Lula reagiu com emocionado discurso, mais uma vez se apresentando como vítima, lembrando seu passado de pobreza pessoal e glória política. Mas, como ele mesmo afirmou, “só tem um jeito de a pessoa não ser perseguida, é ser honesta”.
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Não identifiquei o autor desse editorial, para parabenizá-lo pois achei bem escrito e de fácil interpretação. Parabéns!
Fala de poderes, de legítimos eleitos, democracia, direitos e defesa dos direitos social, etc. Concordo com tudo, mas esquece o autor de afirmar, confirmar ou constatar que tudo isso só se aplica exclusivamente a bandidagem do PT, como só existisse corrupção “do lado de cá do equador”. Esqueceu tb de dizer que foi absolutamente desnecessária, aética e fugindo aos preceitos jurídicos a bombástica e pirotécnica apresentação dos procuradores a respeito da “convicção” da culpabilidade do Lula. Nisso eu pergunto: que justiça é essa que declara um meliante culpado mas não o prende? Será que tb perderam o endereço dele?
Uma observação elementar: quem prende é o Judiciário, cabendo ao Ministério simplesmente acusar. Na democracia é assim que funciona e cabe ao acusado (e Ninguém está acima da Lei!) defender-se perante à Justiça e não com discursos piegas para sensibilizar os incautos. Caro Ney, se tivesse o cuidado de ler a acusação formal, teria verificado que o Ministério Público faz iguais e graves acusações ao PP e ao PMDB. Lamentável, mas não dá pra selecionar virgens num bordel e sim escolher as mais assanhadas.
A forma de comunicação ao público da denúncia apresentada pelos procuradores da PGR é absolutamente irrelevante, e não fere qualquer princípio jurídico ou ético. Foi apenas uma maneira prática de dar ao povo o conhecimento do que se está passando no curso da chamada Operação Lava Jato. O processo não é sigiloso e a população precisa saber a verdade dos fatos, para, com seu apoio, contrapor-se às pressões políticas pelo fim da Operação. A convicção manifestada pelos denunciantes decorreu dos fatos comprovados, não há subjetividade nesse caso. Quem quiser REALMENTE esclarecer-se – e não apenas racionalizar uma posição pré-assumida, por razões emocionais, é só ler a íntegra do documento de denúncia. São 149 páginas, mas está circulando por aí, nas redes eletrônicas. Eu mesmo a tenho no meu PC.
Estas observações vão em complemento ao comentário do amigo Ivan Rodrigues, a quem faço coro: a PGR não tem atribuição de prender ninguém, e trabalha numa investigação específica, envolvendo três partidos que partilhavam o poder. Outros infratores, de quaisquer partidos, terão a sua vez.
Como diz Joao Rego, muito inteligente seus argumentos de grande teor técnico. Porém difícil de ser aplicado a nossa realidade de uma República das Bananas. Atualmente existe uma enorme carência moral da população onde os políticos/justiça usam desse momento para conduzir a massa útil em pró dos próprios interesse e também, desse estilo, algumas igrejas usam com o enorme sucesso. Podemos citar as passeatas, promovidas e dirigidas por grupos (imprensa e partidos políticos) de má índole e corruptos, onde milhares foram às ruas para protestar contra desmandos do então governo federal….mas ao mesmo tempo convivem pacificamente com a podre política/administrativa local de suas respectivas localidades. Como exemplo cito: desvio da merenda escolar; descaso com saúde, educação primária, segurança, etc.. Vc, eu ou alguém da nossa cidade foi às ruas de verde e amarelo para pressionar o governo local? não por que a mídia não lançou a moda.
Com relação ao fato em questão, para fazer justiça séria e dinâmica não precisa desses atos espetaculares que fere até a dignidade dos piores acusados. Ele foi julgado e condenado? Para que expor um acusado dessa maneira a não ser para uso político para as próximas eleições presidenciais? Acho uma hiprocrisia enorme tudo isso….os fatos devem ser mostrados com isenção do partidarismo momentâneo principalmente pela justiça a que deveria ser cega.
No bordel,Planalto Central, não existem “poucas” assanhadas, todas são assanhadas e só um “tendencioso” vai procurar uma virgem num bordel. Num país sério, democrático e decente o procedimento é bem diferente disso, tanto que até o julgamento não pode ser gravado.
Caro Ivan, estou muito cansado e desanimado dessa teoria:”um de cada vez”; Moro salva e tudo com ele se resolve; Janaina a redentora; Temer, de súbito, é o máximo; etc. Que esperança é essa que joga um país continental com mais de 250 milhões de habitantes nas costas de dois ou dez vaidosos da justiça? Criaram até heróis bandidos, tipo “japonesinho da federal”ou Eduardo Cunha no que foi até aclamado……que país pobre de heróis!
Outra coisa, verdadeiramente não estou tão preocupado com a Lava-Jato e sim com os trilhões que somem TODOS OS ANOS, via as 5.500 prefeituras, e não são aplicados em favor da população e ninguém reclama.
Tenho 62 anos e durante esse tempo espero por tempos melhores….Jânio Quadros com sua vassoura iria varrer a sujeira; os militares seria ” PRA FRENTE BRASIL!” , Sarney, Collor, Itamar Franco, FHC, Lula, Dilma e agora o tão quanto corrupto,segundo delação, Temer. Nada mudou….os cargos públicos são rateados entre amigos, a corrupção impera, a justiça é nula …..e assim caminha a humanidade.
Precisamos de respostas imediatas que ajudem a encontrar uma solução definitiva e não respostas inteligentes que se percam no tempo e espaço. Infelizmente não posso dar essa resposta por incapacidade.
Em tempo, sou capitalista, vivo do capital, respeito à propriedade privada e apoio a privatização total e irrestrita.
O Editorial, que deve ser curto, não aborda, nem pretende abordar, todos os males da política nacional e mundial. Apenas aponta para fio diretor do comportamento da liderança petista: a ideia (ou o argumento de marketing) de que está havendo um conspiração de tudo e de todos contra o grande líder dos trabalhadores e defensor único dos pobres. Em seu discurso Lula fala dezenas de vezes em “eles”, “eles” querem isso e aquilo. Nesse discurso, até o impeachment de Dona Dilma foi algo que “eles” fizeram com o fim de atingir Lula, foi uma etapa no caminho que “eles” trilharam para destruí-lo, “eles” que querem acabar com as conquistas sociais. Ora, o Editorial simplesmente explicita quem são “eles” que Lula insinua serem seus perseguidores: o Congresso Nacional (isto é, Câmara dos Deputados e Senado), o Ministério Público, Promotores, Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, Receita Federal – todas instituições que estão apenas cumprindo suas funções dentro da lei e da Constituição. Quanto ao que os petistas estão chamando de pirotecnia (“eles” querem 5 minutos na TV, acusou Lula), a verdade é que a tentativa de chamar a atenção da mídia e do público é bastante generalizada hoje em dia. Não é atoa que Mario Vargas Llosa escreveu “La civilización del espectáculo” (2012) Ou alguém é capaz de negar que o discurso de Lula foi um show de midia imbatível? Mesmo depois da apresentação clara e didática dos promotores da Lava Jato o pronunciamento do ex-presidente foi distorção de ponta a ponta. Como querer que, nesse caso, a justiça trabalhe em silêncio? Precisam mostrar, sim, que a propinocracia é diferente da corrupção como a conhecíamos até há pouco.