Ivan Rodrigues
Decididamente, estou perdendo a paciência! A Operação Greenfield, acionada por uma Vara da Justiça Federal de Brasília no dia 05/09, promoveu mais de uma centena de buscas e apreensões, prisões preventivas e provisórias, bloqueio de bilhões de reais em contas bancárias, medidas provisórias de restrição de condutas, todas elas alcançando os responsáveis por gestões fraudulentas e/ou temerárias dos quatro maiores FUNDOS DE PENSÃO brasileiros, a saber: FUNCEF, PETROS, POSTALIS e PREVI, que cobrem e asseguram a previdência dos milhares de servidores das instituições Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Correios e Banco do Brasil, respectivamente.
Pelas informações divulgadas, a coisa é muito feia, pelo vulto do assalto praticado, pelos atores envolvidos, por atingir os interesses patrimoniais de milhares dos servidores dessas instituições e pela ameaça aos sistemas previdenciários privados desses fundos, na medida em que fere de morte sua higidez econômica. Nas últimas horas tem sido o tema dominante em toda a imprensa nacional, assusta os seus milhares de servidores ativos e aposentados e espanta a opinião pública nacional diante da magnitude do crime organizado.
Mas existe uma situação mais grave ainda: o SILÊNCIO ENSURDECEDOR DAS INSTITUIÇÕES SINDICAIS que representam as categorias envolvidas, ou seja,: dos economiários, dos petroleiros, dos postalistas e dos bancários do Banco do Brasil, atingidos diretamente pela reconhecida má gestão dos seus órgãos de previdência privada, e que proporcionam aos seus felizes usuários níveis de remuneração inacessíveis à grande maioria do povo brasileiro, que depende – tão somente – dos minguados benefícios de salário-mínimo do INSS.
Como se permitiu chegar a esse ponto? Alguém tem notícia de uma mínima manifestação, sequer, dos beneficiários desses Fundos? Alguém escutou uma palavra de desagrado dos seus associados? Alguém tem informação de um simples movimento dos sindicatos para auditar os maus procedimentos praticados? Alguém assistiu a qualquer movimentação de centrais sindicais para apurar e meter na cadeia os companheiros traidores, responsáveis pela patranha? Alguém leu uma simples declaração/ou entrevista/ou denúncia de qualquer dirigente sindical, que revele ao menos um desconforto ou desassossego pelo assalto praticado contra aquelas categorias?
Ao que parece, a capacidade de mobilização sindical destina-se, apenas, a uma campanha de bordões e palavras de guerra para garantir a parcela de poder que ainda lhes resta; de agressões indiscriminadas contra quem diverge do seu farsante modelo ideológico, e quando cultivam o modelo de intolerância adotado durante a ditadura militar pelo Comando de Caça aos Comunistas, para destruir seus opositores. Hipocritamente, horrorizam –se com Bolsonaro, mas chegaram a ponto de profanar uma justa homenagem ao Padre Henrique (sequestrado, torturado e morto pela Ditadura Militar) em plena praça pública do Recife.
Estamos assistindo, na verdade, a uma estranha conspiração universal de silêncio criminoso – uma verdadeira omertá – em que, sem qualquer pejo ou pudor, mobiliza-se para as ruas uma legião de desocupados, usufrutuários e inocentes úteis, inclusive os que estão sendo espoliados miseravelmente pelas administrações desses Fundos, para desestabilizar um governo tão legítimo quanto foi o de Dilma (eleita em conjunto com Temer), sob o disfarce de uma insustentável alegação de “golpe parlamentar”. Ridículo, se não fora maléfico!
Ótimo, disse tudo.