Vamos parar com esta briga política ridícula entre “coixinhas” e “petralhas”, com esta guerra intolerante do que se convencinou chamar de “direita” e “esquerda”. Vamos parar com esta divisão mesquinha de grupos de interesses e ideologias com sua cegueira cognitiva. Joguem fora as faixas e cartazes. Vamos parar com esta disputa de solgans, mentiras e farsas que está travando a vida política e social do Brasil porque, lembrando Camões, “outro valor mais alto se alevanta”. Estamos falando da educação e impactados pelos trágicos resultados da qualidade do ensino no Brasil medida pela nota do IDEB-Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (publicada ontem). O Brasil fracassou e estas notas mostram o tamanho deste fracasso. Diante destes números, a “Pátria educadora” do governo da ex-presidente Dilma Rousseff é uma piada. Mas todos os últimos governos do Brasil são culpados e em todos os níveis da federação na medida em que Estados e Municípios são os responsáveis diretos pelo ensino fundamental e médio. Os jovens que saem do ensino médio no Brasil estão completamente despreparados para as exigências de conhecimento do mundo contemporâneo tendo alcançado, na média (ensino publico e privado) apenas 3,7, nota que está, praticamente, estagnada desde 2011. Além da nota baixa, a proficiência em matemática caiu de 2013 para 2015 e subiu muito pouco em português. Com estas notas do ensino médio não é possível melhorar a qualidade da mão de obra e elevar a baixa produtividade do trabalho no Brasil, condição para a competitividade e para o aumento da renda. Pior, esta média baixa esconde uma profunda desigualdade na qualidade entre o ensino público e o privado: enquanto os jovens do ensino público, esmagadora maioria da população, estudam em escolas com 3,4 de nota (abaixo da média), a nota do ensino particular chegou a 5,4. Esta fonte primária das desigualdades sociais no Braisl continua estagnada porque os governos atuam nos efeitos preferindo as medidas simplistas e imediatistas de distribuiição de renda. O Brasil já perdeu décadas do seu futuro. Está na hora de correr, e correr muito, em busca do tempo perdido.
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Concordo em gênero e número com o texto. Acrescento que estamos vivenciando um momento de politização dos poderes, a fronta pelo poder, o desdem pelo poder e, acima de tudo, o total descompromisso para com a Democracia, tão decantada em verso e prosa, esquecendo-se da origem da palavra. Aliás, a respeito da Democracia, o barão de Montesquieu (Charles-Louis de Secondat) (1689-1755), já dizia em sua obra: O espírito das Leis: … “Não é necessária muita probidade para que um governo monárquico ou um governo despótico se mantenham ou se sustentem. A força das leis no primeiro, o braço sempre erguido do príncipe no segundo regram e contém tudo. Mas num Estado popular se precisa de um motor a mais que é a VIRTUDE. … Quando cessa esta virtude, a ambição entra nos corações que estão prontos para recebe-la, e a avareza entra em todos. Os desejos mudam de objeto; o que se amava não se ama mais; era-se livre com as leis, quer-se dizer livre contra elas; cada cidadão é como um escravo fugido da casa se seu senhor; o que era máxima é chamado rigor, o que era regra chamam-no incômodo, o que era cuidado chamam-no temor. É na frugalidade que se encontra a avareza, não no desejo de possuir. Antes, o bem dos particulares formava o tesouro público; mas agora o tesouro público torna-se patrimônio de particulares. A república é um despojo; e sua força não consiste em nada além do poder de alguns cidadãos e na licenciosidade de todos.” Ao se referir às Leis da Educação diz: “…vemos e ouvimos sempre dizerem três coisas: que se deve colocar nas virtudes certa nobreza, nos costumes certa franqueza, nas maneiras certa polidez.” A se comparar com o tempo atual percebe-se que nos resta o recomeço, tirando a escumalha e buscando novas sementes que deem bons frutos. Partidos, pouco importa, pois são vestes de ocasião. Aparência, nada significa, pois a maquiagem das intenções e o trabalho continuado deixam à mostra quem o são. Discursos, vagos demais e sempre buscando a crítica pela crítica e a intenção de ações que lhes fogem por entre os dedos, pois que não são de sus competências. Por fim, as promessas. A sim, promessas que não duram nem após a contagem final dos votos. É isso, a velha troca de alpercatas ou dentaduras pelo voto dos oprimidos. E continuam os opressores a troçar daqueles que os elegeram passeando em seus carrões ou chácaras obtidas por meios escusos.
Faço minhas as sensatas palavras do artigo Editorial