Editorial

O Brasil é um dos países mais violentos do mundo, com mais de 60 mil homicídios, o que corresponde ao assustador índice de 29,9 homicídios por cem mil habitantes, atrás apenas de oito outros países, segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde. Em 2016, foram registradas no Brasil 61,6 mil mortes violentas, crescimento de 3,8% sobre o número já elevado de 2015, o que corresponde a sete assassinatos por hora (IPEA/Forum Nacional da Segurança Pública). As principais vítimas dos homicídios são os jovens, que estão morrendo e matando nas cidades brasileiras. Os homicídios são responsáveis por cerca de 47,8% das mortes da população de 15 a 29 anos, percentual que salta para 53,8% quando se trata dos casos de homicídios na população masculina. Este desastre da juventude corresponde ao enorme percentual de jovens nesta faixa etária que não trabalham nem estudam, cerca de 22,5%, que equivalem a 11,56 milhões de pessoas que deveriam estar sendo preparadas para construir o futuro do Brasil. A realidade da juventude brasileira é ainda pior porque a parcela dos jovens que estuda não encontra escolas com qualidade que os preparem para a vida, para o mercado de trabalho e para a inclusão social. O fiasco do ensino médio do Brasil condena os jovens ao fracasso e compromete o futuro do país, dependente desta juventude. A avaliação internacional da qualidade do ensino (PISA- Programa Internacional de Avaliação de Alunos) joga o Brasil na 57ª posição dos 65 países estudados, caindo para a 58ª em Matemática e 59ª em Ciências. Na pesquisa de 2015, apenas 2,2% dos estudantes brasileiros alcançaram excelência em pelo menos uma das áreas (Leitura, Ciências ou Matemática) e 44,1% tiveram nota baixa nas três áreas. Esta é a juventude do Brasil, vitima da violência, padecendo da ociosidade que alimenta o crime, e com escolas que desestimulam e não preparam para o futuro. A juventude estará perdida, se não houver um esforço concentrado para reverter esta dramática situação. E, com ela, o Brasil  também .