Fernando Dourado

Rothenburg-ob-der-Tauber.

O Recife dos rios

Nem bem voltei da Europa em 1973, já estava determinado a regressar logo que pudesse ao Velho Mundo. Para isso, é claro, precisava cumprir mais uma ou duas etapas da trajetória escolar. Eu adorara a França e a Inglaterra. Foi lá que ganhei confiança em mim e na minha visão de mundo. Isso não significava que a vida em Pernambuco ficasse tanto a dever ou me desagradasse. Longe disso. Aliás, quanto mais o tempo passava, mais eu me desvencilhava das cavilações familiares que tinham marcado os primeiros anos da adolescência. Na verdade, nada me faltava e o Recife me provia de quase tudo. Ademais, eu tinha outras regalias. Uma delas é que não havia porque viver obcecado pela ideia de passar de ano letivo nem muito menos de galgar pontos na educação formal. Meu pai, não sem alguma soberba, era o primeiro a dizer que esse tipo de referência podia ser muito válida para medíocres que tinham as aspirações de todo mundo. Mas não para quem se dispunha a medir seu desenvolvimento pessoal pela própria régua. Ora, isso soaria até hoje como uma heresia em Pernambuco, terra que consagra como poucas o exame vestibular, onde é elevado a fator de forte mobilização familiar. A reforçar-lhe a convicção, papai recrutara um economista como estagiário, e este se revelara um desastre completo, um homem sem sal nem pimenta, quando muito um planilheiro do óbvio.  Importante, repetia ele, era ler muito, amealhar uma bagagem mundana e não ter medo da vida. “É todo o contrário daquele bolha que contratei. A gente aprende mais em uma noite no cabaré do que com a tabela periódica”. Que vivesse e o resto se arranjaria. Era assim que ele pensava. Foi assim que também passei a pensar. Certo ou errado, nas centenas de recrutamentos que fiz para terceiros e nas dezenas de profissionais que chamei para trabalhar comigo, e cuja vida transformei, a preocupação cardeal sempre foi a de saber como o candidato lia o mundo e o quão à vontade se sentia para melhorá-lo. Pouca diferença fazia se ele escrevera uma monografia sobre a cafeicultura ou sobre o enxugamento do meio circulante nos Estados Unidos, pós 1929. Essas credenciais, ele podia deixar para a repartição pública ou para a academia. A mim ele tinha que surpreender à mesa do jantar, no bojo de uma narrativa de vida original. E, de preferência, sabendo harmonizar o vinho com o prato.

Até então, não tínhamos na família muitas referências de parentes que tivessem morado no exterior. O comum na época era que os estudantes de maior poder aquisitivo fossem fazer um programa de intercâmbio nos Estados Unidos. Um primo querido, referencial sempre presente, viajou no começo dos anos 1970 para Winsconsin e, ao voltar, bombardeei-o com perguntas sobre o que vivera. Ele morara numa cidade chamada Green Lake, com a Família Sontag, e falava de sua irmã americana com enlevo. Sintomaticamente, ela se chamava Linda. Disse-lhe na época que estava tentado a fazer uma viagem à Europa, quando fosse possível. Na opinião dele, os Estados Unidos eram o amanhã; a Europa, o ontem. Outro primo, que eu pouco vira, tinha viajado com amigos num cargueiro de banana para a Inglaterra. Mas o regresso foi amargo para os padrões de avaliação de meu pai. Isso porque aderiu ao vegetarianismo – uma não-comida -, e à música, uma não-profissão, salvo para Bach. Com a primeira, a preocupação paterna era dupla. Abdicar da carne à mesa, poderia ser indício de homossexualidade latente. Que, se identificada em nossa casa, só poderia ser resolvida de uma forma, antes que manchasse para sempre o nome da família. Ou será que já não bastava o caso do próprio primo dele, cuja cerimônia de casamento homossexual fora abortada pela rádio-patrulha do Derby, à base de golpes de cassetetes desferidos na assistência melindrosa? Por via das dúvidas, jamais poderíamos recusar carne nas refeições. Assim fazendo, dissipávamos qualquer suspeita de ter aderido às folhas e leguminosas. Numa terceira vertente, outro primo, este meu, logo sobrinho dele, e bem mais velho, de quem eu tinha uma lembrança afetuosa porém vaga, estava morando em Paris. Por que? Ora, essas coisas sempre eram encobertas por algum mistério. É difícil até hoje precisar se tanta cautela se devia ao panorama político e à proteção que se devia dar ao paradeiro de exilados e fugitivos, ou se o tom sussurrado decorria do jeitão medieval de uma tia solteirona que filtrava as informações menos triviais como se fossem segredos maçônicos, guardados a sete chaves. Mas consegui o endereço dele e passei a lhe escrever regularmente como forma de me fazer notar e, quem sabe, receber um convite para ficar hospedado lá. Uns diziam que vivia numa água-furtada onde mal cabia de pé. Outros falavam de um apartamento grande que dividia com uma senhora. Seria meu primo um gigolô, e a tal Madame uma “cougar” do La Coupole? O tempo me mostraria a realidade.

Mas para sair do Recife de novo, eu precisava apresentar a papai um bom plano de voo. E, como falava muito bem francês, era o caso de arranjar forte argumento para eliminar da lista a Inglaterra e os Estados Unidos, opções naturais, em favor de um país menos óbvio. No fundo, eu tinha a pretensão de achar que aprender inglês era uma questão de pouco tempo e que deveria aproveitar as energias e janelas de oportunidade propiciadas à época para desafios mais ousados. E isso implicava em passar uns tempos na Alemanha, no renomado Instituto Goethe, cujos prospectos eu vinha colecionando em idas periódicas ao consulado alemão, na avenida Dantas Barreto. Foi nessa época também que me matriculei num curso de alemão, na rua do Riachuelo, com a professora Walburga, uma alemã masculinizada, de cabelos curtos, camisas de rapaz e ótima didática. Como forma de dar um pretexto grandioso à empreitada, liguei meu objetivo ao acordo de cooperação nuclear Brasil-Alemanha, um passo, à época, tido como ousado e anti-americano, dado pelo Governo Geisel. Meu pai gostou da ideia. Li para ele em voz alta sentenças inteiras naquela língua ininteligível e acho que o impressionei a contento. Se soubesse alemão, ele se daria conta de que eu estava encadeando frases prontas que não faziam grande sentido, quando recitadas daquela forma. “Como vai, Sr. Schmidt? Eu vou bem, obrigado, Sr. Hartman. E o senhor? Bem, obrigado. Podemos começar nossa reunião? Com prazer. Que tal falar de sua casa. É verdade que quer vendê-la?” E assim a coisa ia. Mas imagino que a sonoridade de todas essas banalidades encadeadas, coreografadas por farta gesticulação, que davam a entender estar discursando sobre política, provocavam nele o efeito intentado, na minha inocente manipulação. Uma vez escrevi “limite de velocidade”, que em alemão está contido numa só palavra. Até então era a mais longa que eu conhecera: “Geschwindigkeitsbegrenzung”. Ora, conforme eu previa, ela causou grande efeito e logo eu estava alforriado para reatar com meus sonhos e viver dias luminosos na escuridão dos invernos do Norte.

Paris, je t´aime

Em dezembro de 1975, aos 17 anos, embarquei em voo da British Caledonian do Recife para Londres. Quem também era passageiro do avião ornado com um leão junto ao leme, era José Pessoa de Queiroz Bisneto, um ex-colega do Aplicação, descendente de ramo tradicional de usineiros e que desistira do colégio para terminar o secundário no São Luiz, instituição mais afeita ao jeito dele. A companhia aérea nos pagaria hospedagem no hotel Saint James, próximo ao Palácio de  Buckingham, para que pegássemos nossas conexões no dia seguinte. Eu iria para Paris, onde passaria o Natal e Ano Novo com meu primo, antes de me fixar na Alemanha. Ela ia para a Escócia, onde faria um curso sobre maquinário industrial de açúcar, se estou bem lembrado, mais de 40 anos depois do sucedido. Se nossa química pessoal nunca fora das dez mais afinadas, não foi em Londres que as coisas mudaram, apesar das boas intenções recíprocas. A desavença começou quando saímos para um passeio em Piccadilly Circus – que eu já visitara em 1973, portanto quase três anos antes – rumo ao Soho, e José resolveu que deveríamos entrar numa espécie de puteiro, atendendo, ingênua e temerariamente, ao chamado de um misto de leão de chácara com rufião que laçava incautos na porta, oferecendo bebida de graça como chamariz para depois, alegando um pretexto qualquer, extorquir a vítima até o último penny, à custa de ostensiva intimidação. Ora, eu já era minimamente vacinado contra essas arapucas que vira em Pigalle e me recusei a acompanhá-lo. Dizendo que eu não era de nada, ali mesmo nos despedimos, inamistosamente, e segui meu rumo. Achava que tinha muitas emoções a viver naqueles dias para desperdiçar dinheiro e energia com prazeres rasos. E não me equivocava. Acordei no dia seguinte numa Londres escura, apesar de o relógio marcar oito horas. Comi com apetite o copioso café da manhã de ovos com lascas de bacon frito e tomei o avião para Paris, já sentindo no ar que, pelo menos naquele eixo, eu começava a me sentir em casa, o que era corroborado pela atitude relaxada. Leve e bem-humorado, não hesitava em olhar as mulheres bonitas e revi Paris como quem reencontra uma velha amiga. Meu primo, agora casado, morava na rua Auguste Bartholdi, próximo à estação de metrô Dupleix, com vista para a torre Eiffel. Cheguei lá uma semana antes do Natal e as ruas cheiravam a castanha assada.

Não fiquei hospedado com o casal dessa vez, mesmo porque Ana vivia uma gravidez avançada e eles estavam recebendo outros convidados. Mas Luciano me conseguiu um quarto num foyer simpático da Unesco, na estação de metrô Glacière, na rua do mesmo nome, na mesma linha Étoile-Nation que o servia, aquela que é quase toda sobre a terra, com os trilhos a três andares do solo. Falando um francês fluente, com um dinheirinho no bolso, jovem, bonito e de rota traçada para a Alemanha, só me restava curtir aqueles dias e esperar a hora de abrir o novo capítulo. Creio que foi naquela semana que se corporificou dentro de mim essa vocação diletante que faz com que eu esteja tão bem em situações que angustiariam a maioria das pessoas. Isso porque eu me sentia zerado, por assim dizer. Não estava dividido nem sequer preso ao passado. Pelo contrário, as incertezas do futuro me mobilizavam por completo e era hora de incorporar novas descobertas à ciência do bem viver. Acho que passamos o Natal em família e o frio era o maior que eu já conhecera até então. Lembro que as calhas das imediações do Boulevard de Grenelle estavam congeladas e não cediam aos chutes que eu dava com a ponta da bota para testar a resistência da superfície vítrea. Como os quartos do foyer eram compartilhados, dividi o meu uma vez com um americano gigantesco que trabalhava com madeira em algum estado do norte. E, numa nota mais simpática, com um australiano de nome Jeff que falava bem francês, era apaixonado por Edith Piaf e pretendia um dia ter um programa de rádio em Melbourne, dedicado à música francesa. Isso me pareceu tão pouca ambição que emudeci por um minuto, mas logo mostrei entusiasmo pela ideia mesmo porque adorava o cancioneiro da época. Comprei livros na FNAC, da rue de Rennes, e fui cortar o cabelo com Joseph Joffo, perto da estação de Saint Lazare, o aclamado barbeiro que ficara célebre pelo livro “Um saco de bolinhas de gude”, em que contava sua sina de criança judia na França de Vichy, hoje de volta aos cinemas, em nova versão. Procurei Thérèse, uma balzaquiana que me seduzira na temporada anterior, mas foi em vão. Pouco importava, pois logo me interessei por outras mulheres. Foram dias divertidos, dos mais felizes até então. 17 anos é uma idade dourada.

Deutschland über alles

Sei que na manhã de 4 de janeiro de 1975, eu acordei depois de um quase nada de sono, peguei minha mala e rumei de metrô para o aeroporto. De lá voei para Zurique, onde trocaria de avião para Frankfurt. Na estação imensa, fiquei atento aos avisos sonoros que ecoavam em tom lúgubre, e embarquei para Würzburg. Mas ainda não era o fim da linha, longe disso. Pois havia um trem menor para Ansbach e, finalmente, o derradeiro, um único vagão-locomotiva, para a linda Rothenburg-ob-der-Tauber, meu destino, onde cheguei zonzo de cansaço, com a sensação de que transpusera uma linha importante, e estava, afinal, num mundo estranho e novo. Acho que foi uma taxista que me levou à casa da Hans Sachs Strasse 21, que seria doravante meu endereço. O alemão aprendido no Recife foi de extrema valia, pois deu um substrato de confiança mínima para trocar as primeiras palavras. Meu quarto ficava numa espécie de porão com entrada externa e independente, e não achei ruim saber que meus contatos com a família se restringiriam ao mínimo. Isso porque o café da manhã era servido no Instituto Goethe, e tínhamos cupons para escolher onde seria o almoço e o jantar. Na mesma tarde da chegada, fui à Gasthof Butz, que visito até hoje quando visito a cidade, e lá tomei caldo de carne com Leberknödel, uma bola de fígado com trigo que me pareceu apetitosa. É claro, apresentei-me à cerveja local e senti que ali encontrara uma parceira para a vida em todos os momentos. Adorei meu quarto. Ainda hoje acho que ninguém faz edredons de pena de ganso tão gostosos quanto os alemães e o silêncio das noites era simplesmente absoluto. No primeiro dia de aula, tivemos uma apresentação geral feita pelo diretor da escola, um inglês de nome Closs, que se radicara na Alemanha depois da Guerra. Foi no salão principal da “Gasthof Zum Rappen”, e ele a fez em alemão e inglês, sob a insígnia de um vigoroso cavalo preto que estava lá até bem pouco tempo. Para acelerar o aprendizado, me motivar e me destacar – não sei se nessa ordem -, eu comprara um método Assimil, em francês, que me permitia largar na frente. Dos alunos da escola, aproximei-me de um carioca que faria doutorado em química em Würzburg, de nome Edson Miranda, e de três recifenses, a saber Cândido, Fred e Aluísio, todos adoráveis e mais velhos do que eu alguns anos. Eles voltariam ao cabo de dois meses. Minha história seria bem diferente.

Já na primeira semana, pouco antes da pausa da aula em que recebíamos a correspondência de nossos países de origem, caiu a primeira nevasca. Era difícil manter-nos concentrados nos acusativos, dativos e genitivos, sabendo que os flocos se empilhavam lá fora, formando um tapete fadado a delícias. Mesmo os alunos provenientes de países onde a neve abundava, juntaram-se a nós – os tropicais – nos folguedos que sucederam. Quanto tempo dura essa alegria de guerra de bolas? Dez minutos, se tanto.  E é incrível como as lembranças ficam enraizadas. Poucos prazeres eram maiores do que caminhar até a escola, ver os esquilos escalarem os galhos pesados, tomar um chá depois do almoço, antes das sessões de laboratório de fonética, e flertar com as meninas da escola. Entre os alunos, o fato que mais me chamou a atenção foi a enorme quantidade de turcos. Lembro que abordei uma moça no refeitório que se identificou como sendo “aus der Türkei”. Fascinado com o exotismo da origem e com a coincidência de ter trocado amenidades com outro turco, apressei-me em apresentá-los ingenuamente. Logo descobri que metade do contingente era de lá, desde Istambul até Adana, na distante fronteira síria. É claro que não era espontâneo o armistício que eles selavam com os gregos, acusados de exigir passaporte dos turcos para se banhar em suas próprias águas, segundo estes diziam. Mas fiz sucesso com as gregas. Uma delas era graciosa, beijava ardentemente mas tinha aversão a água, o que coibia um pouco – só um pouco – minha audácia. Outras duas eram febris, mas tudo tinha que acontecer às escondidas. A moreninha, da cidade de Lamia, porque namorava um saudita; a loira, de Atenas, porque era pudica e afetava uma inocência que só sumia nas guaritas de pedra da muralha medieval, onde as nádegas alvas ficavam azuladas com o frio. Minha primeira classe ainda tinha um sírio, um irlandês, um escocês, um neo-zelandês, dois poloneses, dois israelenses, uma italiana, um iugoslavo, uma mexicana, um chileno, um malaio, uma romena, uma russa, um tunisiano, um japonês, um iraniano, dos espanhóis e um líbio. Essa exposição a nacionalidades por tempo prolongado foi um dos eventos mais determinantes de minha vida. Ter uma sensibilidade precoce aos diferentes padrões culturais, me muniu de um instrumental raro, dando referência palpável ao que para muitos é, até hoje, pura abstração.

Credito o bom aproveitamento escolar ao bom astral reinante, à motivação de falar uma língua não trivial, às boas instalações da escola, ao convívio com os locais, aos esforços paralelos com meus livrinhos aceleradores de aprendizado e à possibilidade de receber uma bolsa para cursar os bimestres seguintes, o que terminei conseguindo. Na verdade, foi a primeira grande manobra bem-sucedida para fazer de uma estada inicialmente prevista para poucos meses ganhar, pouco a pouco, os contornos de uma verdadeira temporada de residência. Os alemães com quem eu convivia, de qualquer maneira, eram extremamente polidos e solícitos. Se hoje me tornei um sujeito não raro ríspido, certamente que não foi na Alemanha que aprendi maus modos. Cedo percebi que nada se fazia sem o uso farto de “por favor”, “obrigado”, “pois não” e “desculpe”. E até para uso adequado desse kit de sobrevivência social, códigos diversos se aplicavam, segundo a hierarquia e os níveis sutis de proximidade e de distância de poder que regem as relações interpessoais nessa parte do mundo. Ao dar esses primeiros passos no coração da Francônia – ouvindo vez por outra dialeto e entendo-o até bem -, muita coisa me passava pela cabeça.  Por exemplo, como imaginar a pequena Rothenburg-ob-der-Tauber ornada de suásticas escandalosas e juncada por pelotões amedrontadores a marchar pelo vale onde corria o riacho? Felizmente a RAF aliada poupara a cidadezinha da destruição. Cumpridos os quatro primeiros meses na Alemanha, consegui habilmente prorrogar minha estada graças a cartas convincentes a meus pais, algumas economias e a promessa firme de continuar levando a sério o aprendizado do alemão. Em maio, deixei a cidadela medieval e fui cursar o nível intermediário do Goethe Institut mais ao sul, em Radolfzell, uma aprazível cidade à beira do lago de Constança, fronteira natural entre a Suíça e a Áustria. De lá, levaria não mais de uma hora até Zurique, se é que havia muito o que fazer num país onde o diabo faz falta, como dizia Clarice Lispector. A vida seguiu seu curso resplandescente. Mas estes meses foram, de fato, aqueles em que vivi com mais intensidade os tais dias luminosos que dão título a essas reminiscências, muito embora o sol estivesse fadado a brilhar mais adiante, no lindo verão de Rodolfzell. Mas essa parte fica para outra hora.