Estamos prestes a enterrar a democracia, a desfazer o legado da luta contra o regime militar, a jogar fora a constitui??o cidad?. Adentramos o esfor?o de destruir a pol?tica, pois o sentimento predominante ? de indigna??o e ?dio contra as institui??es democr?ticas, contra o Parlamento, contra a Imprensa, contra a Justi?a. De p?, restam apenas a religi?o e as For?as Armadas, sem citar o crime organizado. Ambas habitadas por fortes segmentos sociais antidemocr?ticos. As resist?ncias a este suic?dio parecem in?cuas. Manifestos em prol da prud?ncia, da responsabilidade, da democracia, apesar de bonitos, louv?veis e necess?rios, aparentam in?cuos. No centro democr?tico nenhuma express?o consegue al?ar voo junto ao eleitorado, dominado pelo simplismo, pela idolatria das solu??es f?ceis e falsas. A solu??o ideal n?o existe: a ren?ncia dos candidatos do centro em favor daquele mais bem colocado nas inten??es de voto. Cada qual julga que haver? um fato novo que o colocar? como o mais bem colocado. Ou que as pesquisas est?o erradas. E o candidato de centro, que ocupa o primeiro lugar entre os ?ltimos nas pesquisas eleitorais, tem um programa pr?ximo ao populismo dos candidatos preferidos. ? como se tiv?ssemos que escolher entre a cat?strofe e o desastre, na melhor das hip?teses.
? tarde demais. Se Bolsonaro for eleito os petistas e seus adeptos dir?o que as elei??es foram ileg?timas porque seu l?der estava injustamente preso. Se Haddad ganhar os bolsonaristas dir?o que as elei??es s?o ileg?timas porque seu l?der foi esfaqueado por um esquerdista. E quem estiver na oposi??o tentar? colocar fogo no Pa?s.
N?o adianta buscar culpados no passado: os petistas que criaram o maior assalto aos bens p?blicos, os que votaram pelo impeachment da Dilma ou a gen?tica desviante do Presidente Temer. N?o resolve nada.
? tarde demais. As for?as democr?ticas est?o arrasadas. As for?as da concilia??o em desprest?gio. A Igreja Cat?lica prefere abandonar seu papel de negociadora para ser protagonista de um dos lados, e as outras igrejas crist?s fazem o mesmo. O judici?rio se partidariza, se politiza, e se esfacela. N?o existe mais uma corte m?xima do judici?rio, mas v?rias. Ou pelo menos duas, o ?den e o Inferno. Atos descabidos e imorais s?o praticados a luz do dia por aqueles que deveriam preservar as institui??es democr?ticas.
Os mais prudentes j? fugiram para o exterior. Os Estados Unidos e Portugal enchem-se de brasileiros que encantam seus amigos e parentes com relatos do dia a dia que parece, aos que ficaram, imposs?veis de imaginar por aqui. O ?xodo ? uma sa?da, para poucos.
? tarde demais. A democracia mostrou-se in?cua, incompetente em resolver os problemas b?sicos da popula??o: seguran?a, renda e sa?de. Ao mesmo tempo em que pa?ses n?o democr?ticos como China e Singapura crescem, reduzem a mis?ria, melhoram a qualidade de vida de suas popula??es. Ao inverso de outras ditaduras latino americanas, africanas ou ?rabes que aumentam a inseguran?a e a mis?ria de seus habitantes.
? tarde demais? Talvez n?o, se houver paci?ncia e bom senso entre lideran?as pol?ticas mais respons?veis, entre intelectuais mais escutados, entre lideran?as populares mais experientes, entre ve?culos da m?dia mais comedidos que tiverem a paci?ncia de pacificar o ambiente, qualquer que seja o resultado eleitoral. As institui??es democr?ticas, embora desgastadas, ainda est?o de p?. E talvez possam enfrentar o aumento da radicaliza??o e dos protestos que vir?o com a incapacidade do ?salvador da p?tria? em construir as solu??es que se quer imediatas.
Ou talvez as pesquisas eleitorais n?o tenham apreendido movimentos sutis de mudan?a que se revelar?o nas urnas.
Tenho todos os elementos externos e internos para achar que já é tarde demais. Mas como acontece em toda vigília à cebeceira de um moribundo, espero pelo milagre insinuado em seu último parágrafo.
Fernando
Meu caro Elimar!
Espero que Fernando Dourado, apesar de bem informado, esteja errado!
E que a esperança que você acena no final se realize.
Abração,
Luciano
Prezado Elimar,
Realisticamente, há mais indícios que me levam ao pessimismo. Mas insisto em acreditar que a “inteligência coletiva” nos encaminhará a uma saída não conflagradora.
Seu leitor atento, Sérgio A.
Entre um corrupto e um fascista no poder, prefiro o corrupto, porque a lei pode barrar; já o fascista faz sua própria lei, que não o alcança. José Mário.
Acho engraçado este terrorismo. A esquerda está no poder há mais de 20 anos e só fez destruir o país. Na primeira eleição que existe um candidato de direita de fato, já começam a imaginar que tudo está perdido, só porque foi militar (se arrepiam só de pensar). Vamos recuperar este país sim, que precisa de um choque de gestão, antes que viremos uma ditadura de esquerda, tão desejada por estes líderes mesquinhos, que ajudaram a arrasar diversos países mundo afora com esta ideologia fracassada. Não é a toa que os que podem fugir, buscam por países com governos de direita, onde a liberdade e um Estado pequeno, falam mais alto.
Às primeiras horas da madrugada deste 25 de setembro, eis que alguns indícios levam a crer que a campanha de Bolsonaro pode sim passar por um ponto de inflexão forte nos próximos dias. Em menor medida, Ciro se beneficiará um pouco, mas é lícito esperar que Alckmin esteja próximo aos 15% a três dias do pleito. Alguns acreditam, ou querem acreditar, que Bolsonaro e Alckmin poderiam chegar à véspera da votação separados pela margem de erro. Eis uma luz que não resisti a dividir aqui.