O presidente Michel Temer tem a chance de terminar o seu mandato com um gesto de coragem e dignidade, vetando este vergonhoso aumento de salários dos ministros do STF-Supremo Tribunal Federal. Já que o senador Eunício Oliveira acaba a sua carreira política com a maldosa manobra para aprovação do aumento, Temer poderia recuperar sua imagem, como Presidente da República, com um último gesto de moralidade pública, recusando sancionar o aumento aprovado esta semana pelo Senado Federal. Com o voto de quase todos os partidos, exceções honrosas do PPS e da REDE, o Congresso deu uma tapa na cara dos brasileiros, ao decidir, no apagar das luzes desta legislatura, um aumento de 16% dos salários dos ministros do STF. Segundo os especialistas, este aumento vai provocar um impacto negativo de R$ 6 bilhões nas combalidas finanças públicas do Brasil. Os ministros da alta corte de Justiça e, principalmente, o seu presidente Dias Toffoli, demonstram uma enorme insensibilidade social e política com esta movimentação corporativista por aumento de salários. Mais ainda quando argumentam que o aumento não terá custo para o Tesouro, porque deve ser compensado pela extinção do auxilio-moradia; como se não fosse este mesmo um vergonhoso e inaceitável privilégio, entre vários outros que beneficiam o Judiciário brasileiro. Os brasileiros sabem que se trata de uma correção salarial, e reconhecem que os juizes do STF devem ser bem remunerados, mas estranham que funcionários com estabilidade e vários outros benefícios possam reclamar de um salário de R$ 33,70 mil reais, num momento tão difícil do mercado de trabalho no Brasil. Os brasileiros percebem a gravidade da crise fiscal do país, que afunda a economia em uma prolongada recessão, jogando na desgraça do desemprego milhões de trabalhadores do setor privado, que precisam disputar empregos e salários no mercado de trabalho. Aparentemente, os juízes do STF não se deram conta ainda do país em que estão vivendo.
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#VETATEMER.
Dos senadores do PT não esperaríamos, em princípio, resistência ao aumento do Judiciário, esse partido não se caracterizou como partido da responsabilidade fiscal, muito pelo contrário vem dos governos petistas dos últimos 13 anos a herança maldita do rombo fiscal em aumento acelerado. Aliás, Lula, em julho de 2005, sancionou o aumento dos ministros do STF de 19,1 mil reais para 21,5 mil, com previsão para subir para 24,5 mil em janeiro seguinte, 2006. Em 2009, esses proventos passaram a 25,7 mil reais com a previsão para chegar a 26,7 mil em 2010. Ou seja, Lula deu aos ministros do STF um aumento de 37%! A nossa “presidenta” deu dois aumentos, mais 12,6% no total, que levaram aos atuais 33,7 mil reais. Por conseguinte, honra seja feita aos senadores petistas do norte e do nordeste que votaram contra o atual aumento para o STF: Fátima Bezerra, José Pimentel e Regina Sousa. Chocante foi ver que na lista dos 41 senadores que votaram este mês por mais um aumento, de 16,3%, que leva os proventos a mais de 39 mil reais, estavam todos os senadores do PSDB exceto Ricardo Ferraço, PSDB Espírito Santo. Esse o partido que foi um dia o partido da responsabilidade fiscal e que criticava a gastança dos governos petistas. Se os editores quiserem, publico aqui os 41 nomes da vergonha, que acharam que podiam fazer molecagem com o dinheiro público, pois consta que o futuro ex-senador Eunício Oliveira (um poço só de mágoa, não conseguiu reeleição) colocou o aumento na pauta para “dar uma lição em Paulo Guedes”, que ousou dizer que o Congresso precisava ser pressionado para aprovar medidas de responsabilidade fiscal. Aliás, a Câmara dos Deputados não se mostrou mais responsável: aprovou, sem qualquer avaliação de resultados, a prorrogação dos incentivos à indústria automobilística, mais uma bomba que vai dificultar o reordenamento das contas públicas.
Acho uma boa ideia, publicar os 41 nomes da vergonha.