Na sua primeira participação em um evento internacional, o presidente Jair Bolsonaro perdeu uma enorme oportunidade de reconstruir e melhorar a imagem do Brasil no exterior, maculada pelo desastre economico da ex-presidente Dilma Rousseff e, principalmente, pelas insensatas e grosseiras declarações e propostas formuladas por ele na campanha eleitoral, e reiteradas depois de eleito. O pronunciamento de Bolsonaro na sessão inaugural do Fórum Econômico Mundial, a maior vitrine política e econômica do mundo, foi tímido, medíocre e excessivamente vago, tendo utilizado apenas seis dos quarenta minutos que tinha disponíveis para uma mensagem mais aprofundada e impactante. É verdade que ele não disse nenhum absurdo, não falou nada que agravasse a desconfiança internacional, e avançou na promessa de abertura externa da economia, reformas econômicas (mesmo sem explicitar quais) e privatizações, confirmando a orientação liberal-reformista do ministro Paulo Guedes. Agradou aos ouvidos atentos dos empresários, o que pode transmitir confiança na economia e favorecer a atração de investidores. E, felizmente, ignorou as ideias estapafúrdias do seu ministro das Relações Exteriores, na sua cruzada anacrônica contra a globalização e o fantasma do “marxismo cultural”, todo o contrário da temática recorrente no templo mundial da globalização, onde se discutem comércio internacional, mudanças climáticas, desigualdades internacionais e migrações. Mas o presidente não foi explícito no compromisso do Brasil com o Acordo de Paris, embora tenha declarado, de forma muito genérica, que pretendia“avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis”. Quando perguntado diretamente sobre o Acordo, limitou-se a dizer que “por enquanto” o Brasil se mantém no Tratado. Com o espaço que lhe foi concedido no mais importante fórum internacional, é lamentável que o presidente Jair Bolsonaro tenha desperdiçado o precioso tempo disponível, que lhe permitiria ampliar, detalhar e fundamentar as suas propostas. Alguém poderá dizer, não sem razão, que tenha sido preferível assim. Será?
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O Presidente Bolsonaro fez bem em ser breve, que o público de Davos não gosta de perder tempo. Apresentou-se sereno e sério, meio tímido. Alguém até comentou que foi o discurso simples de um homem simples, chamando investidores a virem para o Brasil. Não é bom orador, não fala línguas estrangeiras, não se sente à vontade no meio do jet set internacional, então fez a melhor opção para enfrentar a hostilidade da imprensa internacional de todos os matizes que em parte ele mesmo havia gerado. E destacou pontos relevantes:
1. defendeu a campanha dele e a eleição
2. prometeu combate à lavagem de dinheiro
3. prometeu mais segurança e chamou turistas
4. defendeu o Brasil em sua preservação do meio ambiente inclusive na exportação de produtos agrícolas
5. prometeu perseguir melhoria do ambiente de negócios
6. defendeu Brasil na OMC e na OCDE
7. defendeu uma educação que prepare para a quarta revolução industrial.